Exporta Mais Brasil: última rodada de 2023 movimenta quase R$ 10 milhões em negócios para o audiovisual brasileiro

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Programa Exporta Mais Brasil, da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), trouxe ao Distrito Federal oito compradores, de seis países, para fazerem negócios com 22 produtoras nacionais de cinema; 16 delas são lideradas por mulheres

Os resultados da 13ª e última rodada em 2023 do Exporta Mais Brasil, da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), são um excelente indicador da pujança do setor audiovisual brasileiro. Foram R$ 9,75 milhões gerados a partir de reuniões de negócios entre oito compradores internacionais, vindos de Alemanha, Bélgica, Portugal, China, Rússia e Singapura, e 22 produtoras audiovisuais de vários cantos do país. O programa da ApexBrasil, que tem como objetivo impulsionar as exportações de diferentes setores da economia e de todas as regiões brasileiras, realizou sua última rodada do ano entre os dias 11 e 13 de dezembro, no Distrito Federal, mercado apontado por especialistas como um dos mais promissores do país no campo do audiovisual. As agendas de negócios aconteceram no marco do 56º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, parceiro da ApexBrasil na realização dessa rodada.

“É um programa que tem dado resultados extraordinários. No total, nós já colocamos em contato quase 500 empresas nacionais com 143 compradores de mais de 50 países, que trouxemos para conhecer o Brasil e o que ele tem de bom para exportar”, disse o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, durante a abertura da 13ª e última rodada. O evento aconteceu na sede da própria Agência, com a presença dos compradores internacionais, das produtoras audiovisuais brasileiras e de autoridades como Marcelo Freixo, presidente da Embratur, e José Aparecido Freire, presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio/DF), cuja assessoria de relações internacionais foi uma das parceiras da ApexBrasil na execução desta 13ª rodada.

“É uma honra colaborar com essa iniciativa para a internacionalização do cinema brasileiro”, afirmou Freire. “Brasília não é uma cidade de indústrias, mas é uma indústria de tecnologia, inovação e de audiovisual, que pode ser fomentada pelo setor industrial e pelo de comércio, serviços e turismo”, continuou o presidente da Fecomércio/DF. O presidente da Embratur, por sua vez, destacou a atenção especial que a ApexBrasil tem dedicado ao setor audiovisual brasileiro. “O audiovisual é um instrumento da cultura, e a cultura não é só entretenimento, mas também um ativo econômico que o Brasil tem. O turismo precisa estar no debate da economia, assim como o audiovisual e a cultura”, reforçou. Leia aqui a cobertura completa da abertura da 13ª rodada do Exporta Mais Brasil.

Os oito compradores internacionais foram arregimentados pelos escritórios da ApexBrasil no exterior e participaram de diversas atividades durante a última rodada do Exporta Mais Brasil em 2023. Na segunda-feira (11), visitaram pontos de importância histórica, arquitetônica e cultural na capital federal; também participaram da já mencionada abertura do evento, quando puderam fazer networking com representantes das 22 produtoras de cinema selecionadas. Ao longo da terça-feira (12), também na sede da Agência, foram realizadas as rodadas de negócios em si, seguidas de uma visita em comitiva ao 56º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, no Cine Brasília.  

Na quarta-feira (13) pela manhã, a delegação internacional visitou o estúdio Fr3D, que oferece serviços de animação digital, enquanto as produtoras nacionais participaram do Encontro de Internacionalização do Cinema Brasileiro, realizado em parceria com o ambiente de mercado do 56º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. O evento contou com dois painéis, intitulados “Mulheres no Audiovisual: visão internacional” e “Internacionalização do Mercado de Audiovisual Brasileiro”, que ocorreram no Hotel Vision, em Brasília.  

Encontro de mercado  

O primeiro painel teve como objetivo promover o debate sobre os desafios e oportunidades para o aumento da participação de mulheres no mercado audiovisual. Segundo pesquisa apresentada pela ex-diretora-presidente da Ancine e fundadora do Mais Mulheres no Audiovisual, Débora Ivanov, somente 19% dos cargos de direção no audiovisual e 17,5% dos de roteiristas são ocupados por mulheres, mesmo sendo elas a maioria das pessoas graduadas nos cursos de cinema e audiovisual. “E esses números já foram menores. Precisamos mudar essas equações”, disse Ivanov. “Destaco também a importância das mulheres à frente das narrativas, porque essas obras contribuem para o imaginário das nossas gerações. Queremos a liderança das narrativas!”, reforçou.  

“Somos 51% da população, então queremos ver obras que falem sobre o nosso universo”, complementou a gerente de Competitividade da ApexBrasil, Carissa Furtado, mediadora do debate, que contou também com a participação da roteirista, atriz e diretora, Catarina Accioly; e da cantora, roteirista, compositora e representante da Salted Caramel Films, Bruna Pena. “As empresas que exportam pagam melhores salários, e essas mulheres que ganham melhor fazem com que esse dinheiro circule mais nas suas comunidades. Por isso é que as organizações internacionais recomendam que a gente tenha cada vez mais esse olhar de gênero”, lembrou Furtado. “Nós queremos contar nossas histórias; não queremos apenas ser objeto do olhar do outro”, complementou Pena.

Já o segundo painel, que buscou debater a internacionalização do mercado audiovisual brasileiro, contou com a participação do coordenador-geral de Difusão da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura (MinC), André Araújo; do chefe da Divisão de Ações de Promoção da Cultura Brasileira do Ministério das Relações Exteriores (MRE), Igor Trabuco; e do coordenador de Indústria e Serviços da ApexBrasil, André Limp. “É um momento de reconstrução do audiovisual brasileiro, e estamos de novo tentando ter espaço para falar sobre esse setor”, lembrou Araújo, que complementou: “Depois de um momento de desconstrução do setor, vimos que é hora de nos estruturar para além do mercado nacional”.

“É importante que a gente construa vitrines para a exposição do que é o Brasil, e que sejamos os donos dessa narrativa”, sublinhou Igor Trabuco, que reforçou também a atenção dada pelo MRE à promoção do audiovisual nacional em outros países. “Normalmente, o setor brasileiro mais demandado fora é a música - é o nosso carro-chefe, inclusive. Mas, em 2023, o audiovisual ultrapassou esse segmento. É um dado muito representativo do momento de reconstrução que vivemos no Brasil”, celebrou. “Da mesma forma que, para incentivar escritores, precisamos ter leitores, para que a gente tenha mais diretores, roteiristas e todo esse ecossistema, a gente precisa de mais pessoas assistindo aos nossos filmes”, comparou Trabuco.

Já André Limp destacou os esforços do novo governo em retomar as políticas públicas para toda a economia criativa: “Com a retomada das políticas públicas, os setores da economia criativa estão ressurgindo. Para nós, é muito gratificante trazer essa mensagem para a ponta, porque estamos vendo o potencial que foi pro mundo e o que ainda tem que ser explorado”, reforçou.

Brasil em cena

Um dos participantes das rodadas de negócios foi Yuri Sanada, da Aventura Produções - uma empresa focada, segundo o próprio realizador, “em levar a imagem bonita do Brasil para o exterior”. Baseado em São Paulo, o cineasta coleciona vários êxitos no portfólio, a exemplo do Amazon Adventure (2017), um premiado longa-metragem sobre a expedição do explorador inglês Henry Bates ao coração da floresta amazônica nos anos 1850. Aos compradores da China, Singapura e Alemanha, Sanada apresentou dois importantes trabalhos em curso: o filme Black Birder, que conta a história do único traficante de escravizados da história dos Estados Unidos a ser punido por seus atos; e a expedição Amazon River – from ice to sea, que irá documentar uma jornada ao longo de toda a extensão do rio Amazonas. Para o percurso, a equipe utilizará botes movidos a energia solar desenvolvidos especialmente para o projeto, reforçando o pleito pela utilização de energias limpas e renováveis.

Yuri Sanada chamou a atenção para a importância do fomento público ao audiovisual brasileiro: “O governo brasileiro tem que apoiar - e a Apex tem essa função, né? - porque lá fora algumas entidades também nos apoiam, então é um mercado muito interessante”, ressaltou o cineasta. Sanada lembrou também o quanto projetos sobre Amazônia e justiça social, em geral, contribuem para uma boa imagem do Brasil no exterior e despertam o interesse de compradores internacionais. Para ele, essas interações são muito benéficas à medida que “resultam depois em trocas financeiras, investimentos, patrocínios”, completou o produtor.  

Os frutos do fomento continuado ao audiovisual brasileiro são sentidos também pela diretora, produtora executiva e cofundadora da Lampião Content, Aksa Lima, e pela head de produto innovation e novos negócios na mesma empresa, Meiriane Lima. A produtora foi fundada em São Paulo e, graças ao apoio do Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX) da ApexBrasil, pôde iniciar seu processo de internacionalização rumo a Los Angeles, na California (EUA), onde mantém uma filial. Elas ressaltaram a importância dessa parceria estratégica com a ApexBrasil, que ganhou um novo capítulo com a participação nas rodadas de negócio. Por meio do Exporta Mais Brasil, a dupla de realizadoras teve contato com compradores da Rússia, China, Singapura e Portugal, que se interessaram “tanto por investir em coprodução internacional, quanto por distribuir o projeto, quando ele estiver finalizado, em outros mercados”, completou.

Para o Exporta Mais Brasil, as realizadoras se focaram em um projeto novo, inspirado em seres fantásticos do folclore brasileiro: um longa-metragem de fantasia e aventuras baseado na trilogia “As Aventuras de Tibor Lobato”, do paulista Gustavo Rosseb. Segundo as produtoras, os compradores apreciaram não apenas a propriedade intelectual do projeto, como também a história que o inspira e a sua capacidade de mercado. “É muito importante quando a gente tem parceiros que também nos ajudam, nós que somos da parte criativa, a pensar isso como dentro da economia criativa como um todo. Vemos como isso pode desenvolver não só a nossa empresa, mas toda a nossa indústria”, destacou Aksa Lima.   

Sobre o Exporta Mais Brasil

Com o slogan “Rodando o país para as nossas empresas ganharem o mundo”, o Exporta Mais Brasil foi criado pela ApexBrasil com o objetivo de potencializar as exportações do país a partir de uma aproximação ativa com diferentes setores da economia de todas as regiões do Brasil. Por meio do programa, empresas brasileiras têm a oportunidade de se reunir com compradores internacionais que vêm ao país em busca de produtos e serviços ligados a setores específicos. Em 2023, com investimento de R$ 5 milhões, o Exporta Mais Brasil completou 13 rodadas em 13 estados brasileiros, dedicadas a 13 diferentes setores produtivos. O programa movimentou, ao todo, R$ 275 milhões em negócios e promoveu 3.496 reuniões de negócios entre 143 compradores internacionais de 41 países e 487 empresas brasileiras. Em 2024, mais 14 estados brasileiros serão visitados pelo programa que contemplará mais 14 setores produtivos. Saiba mais em Exporta Mais Brasil.  

Sobre a ApexBrasil

A ApexBrasil atua para promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia brasileira. Para alcançar os objetivos, a Agência realiza ações diversificadas de promoção comercial que visam promover as exportações e valorizar os produtos e serviços brasileiros no exterior, como missões prospectivas e comerciais, rodadas de negócios, apoio à participação de empresas brasileiras em grandes feiras internacionais, visitas de compradores estrangeiros e formadores de opinião para conhecer a estrutura produtiva brasileira, entre outras plataformas de negócios que também têm por objetivo fortalecer a marca Brasil.

Tema: Promoção Comercial — Qualificação Empresarial — Expansão Internacional
Mercado: Europa — Eurásia
Setor de Exportação: Economia Criativa
Setor de Investimento: Não se aplica
Setor de serviços: Economia Criativa

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