Depois de quatro anos, ApexBrasil e instituições parceiras retomam apoio à internacionalização do setor audiovisual brasileiro

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Com estande brasileiro no Marché du Film, Feira do Festival de Cannes, que ocorre de 16 de maio a 24 de maio, ApexBrasil restabelece o apoio ao Programa “Cinema do Brasil”, em parceria com SIAESP, MRE, MinC, Ancine e com o patrocínio da Spcine e Prefeitura de São Paulo.

A iniciativa conjunta da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e do Sindicato da Indústria Audiovisual do Estado de São Paulo (SIAESP) para a internacionalização do setor começou em 2006, com o Programa “Cinema do Brasil”, mas em 2019 não foi renovada. Agora, a parceria será restabelecida, com apoio da Agência, do Instituto Guimarães Rosa/Ministério das Relações Exteriores (MRE), do Ministério da Cultura (MinC), através da Secretaria do Audiovisual, e da Agência Nacional do Cinema (ANCINE) à participação do cinema brasileiro no Festival de Cannes, na França, entre 16 e 24 de maio.

A retomada acontece simultaneamente à completa reabertura do festival após a pandemia, já que as últimas três edições do evento ocorreram com restrições. Neste ano, em paralelo ao tapete vermelho, os mais de 15 mil profissionais que participam do Marché du Film, festival de Cannes terão a oportunidade de negociar projetos, comprar e distribuir direitos de filmes em produção ou buscar recursos para coproduções.

Cannes é considerado o epicentro do mercado audiovisual, e o Brasil participará com grande delegação nesta edição. As empresas do “Cinema do Brasil” contarão com um estande nacional e terão a oportunidade de participar de diversos encontros e discussões sobre coproduções, com produtores interessados de países como Alemanha, Chile, Argentina e Colômbia.

O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, afirma que o evento pode ser entendido como um marco. “O setor da economia criativa é um dos nossos pontos fortes, seja do ponto de vista da capacidade criativa, seja em relação ao profissionalismo e à geração de empregos. A presença de destaque do Brasil em Cannes representa um momento de retorno do nosso audiovisual e da nossa cultura aos principais fóruns globais”, destaca.

Para o presidente da SIAESP, André Sturm, trata-se de um reconhecimento do atual governo brasileiro da importância do audiovisual como atividade econômica e industrial. “Nesse momento em que o festival de Cannes retoma com força total, é muito significativo que o Cinema do Brasil, como instituição e como atividade, chegue em Cannes com apoio formal do governo brasileiro. É mostra da força e da potência da nossa atividade”, comemora.

A retomada do apoio ao setor é uma iniciativa coletiva, que inclui, além de ApexBrasil, SIAESP, MRE, MinC, ANCINE e Secretaria de Cultura e Economia de Criativa do Estado de São Paulo, também as entidades InvestSP, +Mulheres, RioFilme, Spcine e a organização filantrópica Projeto Paradiso. A RioFilme apresentará em Cannes o Edital de Atrações de Filmagens para o Rio de Janeiro (CASH REBATE) 2023, cujo percentual de devolução é de até 35% do valor investido na cidade para produções que filmarem no Rio de Janeiro. A Spcine também reabrirá as inscrições do edital do Cash Rebate para produções internacionais, maior programa da modalidade no Brasil, com R$40milhões de reais e com o maior teto por projeto da região, com R$16 milhões.

A internacionalização do cinema brasileiro

No começo dos anos 2000, o cinema brasileiro estava fazendo imenso sucesso no Brasil, com filmes como “Lisbela e o Prisioneiro”, “Cazuza”, “Olga” e “Carandiru”. Todos esses venderam mais de 3 milhões de ingressos em todo país, mas, no exterior, a presença do audiovisual nacional ainda era limitada. Com exceção de algumas produções que atingiram projeção global, como “Central do Brasil” ou “Cidade de Deus”, em geral a participação brasileira em festivais internacionais era baixa.

Com o propósito de mudar essa realidade e internacionalizar o cinema nacional, em 2006 foi firmada a parceria inédita do setor com a ApexBrasil, por meio do projeto “Cinema do Brasil”, da SIAESP, aberto a produtores audiovisuais de todo o país. Já no ano de estreia, o projeto organizou o primeiro grande estande para representar o Brasil no Festival de Berlim. Além do peso institucional na representação do cinema nacional, foram articulados diversos encontros de negócios, para discussão sobre o desenvolvimento de coproduções brasileiras e estrangeiras. O objetivo, desde então, foi integrar os produtos brasileiros ao mercado mundial.

Se no começo os encontros internacionais propiciavam apenas troca de ideias, em pouco tempo foram se transformando em oportunidades de negócios, com auxílio de agentes de venda que comercializavam os filmes brasileiros nos grandes festivais. “Isso resultou em um crescimento exponencial do cinema brasileiro nesses eventos. Entre 2006 e 2016, foram realizadas mais coproduções internacionais entre o Brasil e algum outro país do que nos 40 anos anteriores”, comemora André Sturm, presidente da SIAESP e líder do projeto “Cinema do Brasil”.

Em 2014, um dos filmes beneficiados pelas ações do “Cinema do Brasil” junto com a ApexBrasil foi o renomado “Que Horas Ela Volta”. O longa destacou-se internacionalmente após a exibição em uma sessão especial dos Festival de Locarno, no sul da Suíça, possibilitada pelo projeto. A partir daí, o filme foi selecionado para outros festivais, foi negociado por uma das principais empresas globais do setor e logrou ser exibido na abertura do festival de Berlim. Como resultado das ações integradas, “Que Horas Ela Volta” foi vendido para 18 países diferentes.

Os destaques não pararam por aí. “Em 2019, nós tivemos um ápice, que foi a premiação de um filme brasileiro no festival de Berlim, Cannes e Veneza, que é o ‘grande Slam’ do cinema. Isso é algo que o Brasil nunca tinha conseguido, e poucos países já conseguiram”, conta Sturm. Na sequência, contudo, coincidiram dois desafios: a suspensão da parceria com a ApexBrasil e a pandemia. “O Cinema do Brasil se manteve, mas com atividades reduzidas. E agora estamos muito contentes em retomar essa parceria” vibra.

Retomada

O restabelecimento da parceria entre ApexBrasil e o SIAESP no projeto de internacionalização do cinema brasileiro começa pela participação em Cannes, enquanto um convênio mais longevo está sendo negociado. O objetivo é explorar o cinema tanto enquanto bem cultural como mercadoria a ser comercializada, buscando resultados em imagem, negócios e competitividade.

O projeto visa ampliar a participação da produção audiovisual brasileira no mercado internacional, estimulando a coprodução e a distribuição em territórios estrangeiros, ampliando a competitividade e as possibilidades de mercado para o cinema brasileiro. Além disso, o projeto incluirá ações para além do eixo Rio-São Paulo, contemplando outros mercados do setor que estão em ascensão em outras regiões do país.

O setor nacional já conta com uma produção instalada e estruturada, talentos de renome internacional, associados a empresas com alto grau de internacionalização. Com apoio da Agência, busca-se maximizar esse potencial, posicionando o Brasil no mercado global como produtor de cinema e incorporando diferenciais como criatividade, tecnologia e inovação.

A iniciativa é voltada para as 66 empresas associadas ao “Cinema do Brasil”, que compreendem estúdios, produtoras de TV, produtoras de conteúdo e de vídeo, laboratórios cinematográficos, empresas de dublagem, de finalização e de locação de equipamentos audiovisuais, entre outras. As ações incluirão promoção de vendas de filmes brasileiros para o exterior, de coproduções, e de capacitação aos profissionais da área, visando a incrementar a qualificação e a competitividade internacional das empresas brasileiras.

Tema: Promoção Comercial — Expansão Internacional
Mercado: Europa
Setor de Exportação: Economia Criativa
Setor de Investimento: Não se aplica
Setor de serviços:

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