Agritalks: em Dubai, gestores públicos e privados e pesquisadores do agronegócio debatem soluções sustentáveis para o setor

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Evento da ApexBrasil mostrou à comunidade internacional que Brasil é referência global em TI e sustentabilidade no agrobusiness ao apresentar inovações desenvolvidas pela Embrapa e empresas privadas 

Nesta quarta-feira (23), as maiores autoridades públicas e representantes de empresas brasileiras mostraram à comunidade internacional como o Brasil é uma potência agroambiental, referência em produção sustentável de alimentos, através do desenvolvimento de tecnologias inovadoras que permitem alta produtividade sem degradar o meio ambiente. As práticas sustentáveis do agronegócio brasileiro e as oportunidades de investimentos no setor foram apresentadas na última edição do Agritalks, que ocorreu em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. 

Organizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Ministério das Relações Exteriores (MRE), Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o evento integra uma série de debates com este escopo, que sempre contam com a participação de porta-vozes de alto nível brasileiros e estrangeiros, incluindo ministros, representantes de câmaras de comércio, influenciadores e CEOs ligados ao agro. 

Nesta última edição, o Agritalks foi realizado em parceria com a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB) como parte da programação relacionada à semana do agronegócio no âmbito da Expo 2020 Dubai. O evento desta quarta-feira foi direcionado ao público emirático, incluindo formuladores de políticas públicas e agentes governamentais, formadores de opinião, startups, incubadoras, centros de pesquisa, universidades, investidores, indústria de insumos e indústria de alimentos, altos executivos, academia, imprensa e outros stakeholders de interesse. Em edições anteriores, o Agritalks apresentou oportunidades do agronegócio brasileiro para os mercados da China, EUA, Índia e Reino Unido.  

Cinco painéis abordaram temas como sustentabilidade, lucratividade, produtividade, financiamento do setor e políticas governamentais. A iniciativa visa contribuir para a construção e manutenção de imagem e reputação positiva da agricultura brasileira, por meio de debates qualificados com stakeholders nos Emirados Árabes Unidos, além de ampliar e aprofundar o relacionamento institucional com esse mercado e fortalecer o Brasil como parceiro estratégico.   

Autoridades brasileiras divulgaram as práticas sustentáveis e inovadoras da agropecuária e de tecnologias produzidas em território nacional voltadas ao agronegócio, e apresentaram números que mostram como o Brasil investe igualmente em produção alimentar e preservação ambiental. Segundo o secretário de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, Fernando Camargo, o Brasil utiliza apenas 9% de suas terras para agricultura e 20% para pecuária, tendo uma área de preservação equivalente a 23 Reinos Unidos, o que representa 66% do território nacional.  

O desenvolvimento de tecnologias voltadas à produção sustentável de alimentos foi ainda mais consolidado após a pandemia de covid-19. “A pandemia antecipou o avanço da digitalização no mundo de 8 a 10 anos. Além disso, trouxe a consciência da importância da segurança alimentar, a preocupação com a origem dos alimentos e com o meio ambiente”, contextualizou Fernando Camargo. O secretário ressaltou o papel fundamental da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) nesta história. “Com o apoio inestimável da Embrapa, conseguimos transformar solos pobres em solos férteis. A soja, por exemplo, era originalmente cultivada em clima frio e conseguimos adaptar para outros tipos de clima em regiões quentes do Brasil”, citou. 

O ministro do Meio Ambiente brasileiro, Joaquim Leite, enviou um vídeo em que parabenizou os produtores rurais brasileiros e a Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão), coordenadora do Programa Floresta Mais Agro, que estimula a remuneração ou a recompensa dos produtores rurais que protegem as áreas de preservação permanente (APPs) e reservas legais. Os produtores rurais podem se inscrever de forma individual, coletiva, por projetos, microrregião ou produto, e é preciso que estejam inscritos no Cadastro Ambiental Rural (CAR). “Ao longo de 22 anos, a Abrapa vem coordenando associações estaduais em programas de rastreabilidade e de sustentabilidade do algodão produzido”, disse o presidente da associação, Júlio Busato. “Passamos de segundo maior importador de algodão para o quarto maior produtor mundial e o segundo exportador mundial”, lembrou.  

O presidente da Embrapa, Celso Moretti, elogiou o estado de Mato Grosso em suas práticas sustentáveis. “A revolução que tem ocorrido no Brasil no agronegócio só é possível porque o país investe em ciência e inovação. Quando a Embrapa foi inaugurada, em 1973, o Brasil era um importador de alimentos. Mudou por conta das nossas pesquisas. No Mato Grosso, temos um centro de pesquisa importante”. Moretti ainda apresentou pontualmente tecnologias desenvolvidas pela Embrapa. O Governador do Mato Grosso, Mauro Mendes, também compôs o painel Floresta e programa de Algodão. O estado é referência em produção sustentável, além de ser o maior produtor de soja do mundo. “Nenhum outro país tem a preservação que o Brasil tem e faz tanto esforço para reduzir as emissões de carbono, que é o que vai mudar a nossa forma de viver, produzir e consumir”, disse o governador. 

O gerente-executivo da BRF, Elie Atallah, apresentou as práticas sustentáveis adotadas pela maior exportadora de frango do mundo, há 85 anos no mercado. Atualmente, está presente em 120 países, sendo a fábrica de Abu Dhabi a maior planta para o processamento de frango no Oriente Médio. “Sustentabilidade faz parte da essência da empresa, que está comprometida com 22 ações sustentáveis desde 2007”, conta. Entre as ações sustentáveis, pontua que rastreia os grãos que utilizam para alimentar seus frangos, que são comprados exclusivamente de áreas não envolvidas com o desmatamento da Amazônia. Utilizam apenas energia renovável e limpa, sendo todas as fábricas equipadas com painéis solares. Desenvolveram carros e caminhões elétricos. Além disso, até 2025, tornarão suas embalagens 100% biodegradáveis. “O maior desafio das empresas hoje é definir de onde vão tirar os recursos para investir em sustentabilidade, que é um investimento muito alto e de longo prazo. Na nossa visão, não deve haver um departamento voltado para a sustentabilidade, mas todos os departamentos e funcionários devem ser treinados para a sustentabilidade. Além disso, os governos precisam dar incentivos, com legislação que obriga, por exemplo, as empresas a usarem energia renovável”, disse. 

Outro alvo do Agritalks Dubai foi oportunizar a internacionalização dessas tecnologias e startups brasileiras que atuam no setor. De acordo com Francisco Jardim, CEO da SP Ventures, um fundo de investimento em soluções de tecnologia para agricultura e alimentos em toda a América Latina, o Brasil tem sido considerado como uma nova China para investimentos de Venture Capital, aqueles realizados em startups. “Investir nas Agritechs brasileiras no momento é uma das melhores oportunidades que os investidores podem ter, tanto em termos de retorno econômico, como de investimentos conscientes e com propósito. Investir nessas empresas é investir em sustentabilidade, na otimização do uso de água, na redução do uso de fertilizantes químicos, é garantir a segurança alimentar. E a oportunidade para ter altos retornos é fantástica, pois o agronegócio é a indústria brasileira mais resiliente, porque é diversificada, está em vários locais diferentes em todo o país e, ainda diante das últimas crises, foi um setor que não parou de crescer”, afirmou. 

Dentre os destaques, ele cita empresas que oferecem desde agentes biológicos para o combate de pragas, a sistemas de gerenciamentos para pequenos e médios produtores, além de análise de dados que permitem a contratação de crédito facilitado para os produtores. Jardim também ressaltou que os produtores brasileiros são ávidos por tecnologia, não só digital, mas por biotecnologia. “Foi essa tecnologia desenvolvida pela Embrapa que realizou o milagre do Cerrado, a savana brasileira, e sua transformação em um produtor mundial”. Ele ainda destacou que um estudo promovido pela consultoria McKinsey no primeiro semestre de 2021 mostrou que toda a cadeia do agronegócio no País é altamente digitalizada. E essa tendência tende a se aprofundar, pois a entrada de novas tecnologias, em especial a 5G, propiciam a conexão não só na sede da fazenda, mas dentro e além dos limites das propriedades rurais.  

Mercado Agro 

O mercado agro brasileiro responde por aproximadamente 25% do PIB Nacional e o setor possui uma agricultura baseada em ciência, tecnologia e inovação. Em quatro décadas, o Brasil criou um modelo sustentável e competitivo de agricultura tropical. Mais recentemente, nos últimos cinco anos, o Brasil tem consolidado um vibrante ecossistema de agricultura digital, contabilizando mais de 20 hubs distribuídos por todo território nacional, e mais de 2 mil startups focadas em soluções para a agropecuária (agritechs). 

Entre janeiro e novembro de 2021, as exportações do setor somaram US$ 110,70 bilhões -- um aumento de 18,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, superando também os resultados de 2019 e 2018, conforme dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).  

Os 10 principais destinos das exportações brasileiras em 2021 foram, respectivamente: China, Estados Unidos, Argentina, Países Baixos, Chile, Singapura, Coréia do Sul, México, Japão e Espanha. Entre os produtos mais exportados pelo Brasil, no mesmo ano, estão: soja; açúcares e melaços; carne bovina fresca, refrigerada ou congelada; farelos de soja e demais alimentos para animais, farinhas de carnes e de outros animais; carne de aves e suas miudezas comestíveis frescas, refrigeradas ou congeladas.   

Painéis  

Os cinco painéis do Agritalks foram realizados no hotel Ritz Carlton Jumeirah:

Abertura  

Participantes: Karen Jones (head do Dubai Office - ApexBrasil), Rafael Solimeo (head do Dubai Office - Câmara de Comércio Árabe-Brasil) e Fernando Igreja (Embaixador do Brasil nos EAU) 

9h15 - Políticas governamentais para apoiar um futuro sustentável 

Participantes: Fernando Camargo (vice-ministro da Agricultura) 

9h45 - Projetos e iniciativas para o desenvolvimento sustentável da agricultura 

Participantes: Bhupen Dubey (chefe executivo do Advanta Seeds, UPL Group) e Elie Attalah (gerente executiva de Oriente Médio e Norte da África (MENA) na BRF) 

Moderadora: Paddy Kennedy 

10h25 - Floresta e programa de Algodão  

Participantes: Joaquim Leite (ministro do Meio Ambiente), Mauro Mendes (governador do Mato Grosso) e Julio Busato (vice-presidente da Abrapa - Associação dos Produtores de Algodão)  

10h40 - Inovação para Produtividade e Lucratividade em projetos de Agricultura. 

Participantes: Celso Moretti (Presidente da Embrapa), Noura Saeed Mohammed Al Nuaimi (pesquisadora da Autoridade de Agricultura e Segurança Alimentar de Abu Dhabi), Saeed Ali Alyamahi (diretor de pesquisa e desenvolvimento da Autoridade de Agricultura e Segurança Alimentar de Abu Dhabi) e Tarifa Alzaabi (diretor geral do ICBA - Centro Internacional para Agricultura Biosalina) 

Moderador: Kamal Lalwani  

11h25 - Financiamento do setor de agronegócio  

Participantes: Francisco Jardim (CEO da SP Ventures), Tarek Fouad (Head da Shorooq Partners) 

Moderadora: Paddy Kennedy 

ApexBrasil  

A ApexBrasil atua para promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos. Ao longo de 2021, a agência apoiou um total de 14.741 empresas brasileiras, por meio dos diversos serviços ofertados, chegando a um resultado 1,8% superior ao alcançado em 2020. Desse total de apoiadas, 5.639 são novas entrantes, ou seja, empresas que não participaram de nenhuma ação da ApexBrasil em 2020.  

O portfólio de serviços da agência vai desde a preparação de inteligência de dados de mercado para conectar o investidor a autoridades de alto nível, oferecendo soluções para diversos setores da economia. A Agência faz parte do Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil, por meio do qual conta com mais de 120 escritórios no mundo, e trabalha em estreita colaboração com outros ministérios, órgãos reguladores e entidades de classe.   

ApexBrasil – Assessoria de Imprensa

Débora Cademartori – (51) 99342.7300

Roberta Ribeiro – (61) 98119.5709

Victória Salomão – (53) 98448.3045

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