ApexBrasil e Instituto Euvaldo Lodi vão destinar R$ 4 milhões para capacitar empresas para exportação na Bahia e em Sergipe.

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Em busca de capacitar e fomentar o empreendedorismo regional com potencial exportador, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) lançou um novo ciclo do Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX) para a Bahia e Sergipe, em parceria com o Instituto Euvaldo Lodi (IEL). O núcleo do Programa foi lançado na manhã desta terça-feira (26/04/2022), no Auditório da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), em Salvador. Durante a cerimônia de lançamento, o representante do escritório da ApexBrasil Nordeste, Sérgio Farias Ferreira, falou sobre a importância desse trabalho para as empresas baianas. “O Nordeste em geral, e a Bahia em particular, é uma região que importa bem mais do que exporta, e a ApexBrasil tem a meta de ajudar as empresas do estado a aumentarem a pauta, para divulgar essas práticas de qualificação, quebrar os paradigmas existentes em relação à exportação, pois é mais simples exportar do que importar e, no entanto, aqui importamos mais que exportamos. Então, queremos ampliar significativamente a base exportadora estadual, principalmente com as pequenas e médias empresas, mas é importante destacar que atendemos companhias de todos os portes”, afirmou.

O convênio para execução do PEIEX na Bahia e em Sergipe terá duração de 24 meses e conta com atendimento de profissionais especialistas em comércio exterior para orientar os empresários sobre como se entra no mercado externo. Além disso, as empresas ainda poderão participar de uma rodada de negócio realizada ao final do ciclo.

Durante a cerimônia, os participantes puderam conhecer a história da Biosane, cujo produto homônimo garante um saneamento de forma sustentável, do início ao final do processo de tratamento, em ralos e caixas de gordura, por exemplo. A empresa nasceu em 2002, com o objetivo de levar essa tecnologia a todos os estados brasileiros. O primeiro contato da marca com o PEIEX foi em 2018, um divisor de águas. Segundo a responsável técnica da empresa, Dina Alves, “os consultores do PEIEX nos fizeram pensar fora da caixa. Foi preciso passar por todo o processo de estratégia e reorganização, para começarmos a ocupar esse espaço. Na maioria das vezes nós não temos ideia do potencial que temos como produtores”, comentou. A empresa, que foi fundada e é gerida por Dina e sua sócia, atualmente já exporta para a Europa, e tem 20% de seu faturamento vindo dessa atividade.

A Oliva Conceito, uma marca de bolsas artesanais, também apresentou sua trajetória de preparação para exportar. Desde o começo da produção caseira de bolsas, idealizada pela estilista Misna Magalhães para conseguir gerar renda para a mãe, o sonho era levar as criações para o mercado internacional. Mesmo com um início modesto, a empresária investiu menos de R$ 50 na primeira coleção, Misna não desistiu. Atualmente, após participar de um primeiro ciclo de capacitação com o PEIEX, a empresa já tem um sócio, Danilo Magalhães, responsável por toda a parte negocial, e está participando de rodadas de negócios promovidas pelo programa. Além disso, a mãe da empresária coordena uma rede de artesãs que produzem as bolsas da marca, gerando renda e autonomia financeira para essas mulheres. Danilo afirma que, após o encerramento desse ciclo de capacitação, já pode ter praticamente uma certificação em

comércio exterior. “O PEIEX nos ajudou e nos ensina muito, eu comecei a levar nossos produtos para o interior da Bahia, mas foram vocês que nos abriram meus olhos para nosso potencial exportador”, concluiu.

Outra iniciativa de sucesso é a Floryl Agrícola Ltda, por meio da marca Vitagrain, a maior produtora de quinoa do Brasil, cultivada exclusivamente no cerrado baiano desde 2018. O gerente de negócios internacionais da marca, José Líbio Cajazeira Jr. disse que há diversas exigências e, até mesmo, preconceitos e inverdades sobre o grão no mercado internacional. Mas com o auxílio dos técnicos e da estrutura oferecida pelo PEIEX, a empresa conseguiu consolidar a imagem da marca e superar os obstáculos rumo à internacionalização.

Dinamismo regional

A região tem um histórico de sucesso com o PEIEX, que começou a atuar na Bahia em setembro de 2008, tendo realizado 1.713 atendimentos às empresas, com o apoio do IEL, que operacionaliza o programa no estado desde então. O objetivo agora é qualificar 375 empresas dos mais diversos segmentos, gratuitamente. Para tanto, o programa contará com quatro núcleos localizados em Salvador, Feira de Santana, Luís Eduardo Magalhães e Ilhéus, além de dois Polos, um em Vitória da Conquista e outro em Aracaju. O superintendente do IEL Bahia, Evandro Mazo, disse que a parceria com a ApexBrasil é extremamente exitosa do ponto de vista de levar informações para as empresas da região. “O trabalho com a ApexBrasil evoluiu muito nesses 14 anos em que nós somos parceiros, não só em termos de abrangência, mas sobretudo em termos de metodologia. Atualmente temos uma metodologia assertiva para direcionar melhor o empresário para que ele busque se qualificar e se preparar melhor”, concluiu.

Segundo a coordenadora de Qualificação da ApexBrasil, Rita de Cássia, as expectativas com a abertura do novo centro são altas. “Com esse reinício que o novo convênio traz, a ApexBrasil demonstra que acredita no potencial de cidades como Salvador, de sua região metropolitana e de Feira de Santana, cuja economia apresenta grande dinamismo empreendedor. O impacto das exportações no desenvolvimento é muito grande, há estudos que demonstram que cada dólar investido na exportação traz o retorno de US$ 4, e é esse crescimento que desejamos fomentar”, afirmou.

Além do evento em Salvador, ocorreu em 27/04 o lançamento do PEIEX em Aracaju. Em 04/05 teremos uma programação em Luis Eduardo Magalhaes e em julho será a vez de Ilheus e Vitória da Conquista.

Histórias de sucesso

A empresária Rosana Vieira é um exemplo do tamanho dessas oportunidades. Natural de São Paulo, ela se transferiu para Feira de Santana há 10 anos, quando decidiu levar para o interior da Bahia uma de suas iguarias que era desconhecida no local, o pé de moça, um doce de caramelo macio com amendoim. Desde o início, a empresária primou pela seleção de ingredientes nobres, tipo exportação, e os resultados foram além do esperado. A Doces Vieira cresceu de forma acelerada. Hoje são cerca de 14 mil caixas vendidas por mês na alta temporada, entre maio e setembro, dos 20 tipos de doce que produz, quatro deles fit, e que já são distribuídos para todo o país “de Manaus à Farroupilha”, esclarece ela.

Os convites para enviar as guloseimas para o exterior não tardaram, mas dona Rosana, como é chamada, não tinha tempo de se dedicar ao aprendizado da internacionalização. Com a redistribuição das funções na empresa e com a chegada do PEIEX à Feira de Santana tudo mudou. “Nós tivemos apenas duas reuniões, mas já sanaram algumas dúvidas que tínhamos. O PEIEX está sendo muito útil para os nossos objetivos de exportação, porque há muito tempo têm pessoas fora do Brasil querendo o nosso doce, a gente não tinha um profissional específico para tomar conta disso e agora nós temos. A gente não sabia por onde começar, então essa capacitação vai dar o suporte, orientar, nos ajudar com precificação, documentação”, disse a empresária, que já tem propostas para enviar os doces para os Estados Unidos, África, Chile e Argentina.

Outro caso prospectado pelos técnicos do PEIEX é o da Dragórnia Cervejaria, também situada em Feira de Santana. Praticantes de RPG, os três sócios decidiram unir o universo fantástico que tanto apreciam e montar um negócio. Criaram o universo da Dragornian, incluindo localidades, histórias e personagens. A cada nova criação cervejeira, é feita uma imersão nessa mitologia, situando o local onde é produzida, de onde vêm seus insumos, sua história e contexto. Com o sucesso da iniciativa, em 2020, os sócios expandiram o negócio, mas, em razão da pandemia, tiveram que esperar até abrir as portas do Castelo Dragórnia, uma mescla de cervejaria e bar. O cenário, um típico castelo da idade média, é perfeito para abrigar eventos organizados pelos empreendedores, como jantares medievais para mais de 200 pessoas na cidade.

A Dragórnia fabrica, entre 2,5 mil e 3 mil litros de cerveja por mês, mas têm potencial de fabricar até 20 mil litros. Segundo um dos sócios, Carlos Kruschewsky, desde o início do negócio exportar era um sonho. “A gente brincava, como se fosse um sonho distante. A gente nunca achou que fosse acontecer assim, da noite para o dia, e estávamos focados aqui na região. Temos vontade de exportar para a Dinamarca, a Alemanha e a Inglaterra. Mas ainda estamos no início, pensando em nossa estratégia”, comentou.

União estratégica

E essas são apenas duas das 17 empresas que o núcleo de Feira de Santana prospectou até o momento. A intenção é chegar a 100 empresas somente neste núcleo. O interesse demonstra a pujança da economia local e de todo o estado. Entre 2020 e 2021, o volume de exportações oriundas da Bahia cresceu 26,6%, chegando a US$ 9,9 milhões, o equivalente a 3,55% das exportações totais brasileiras no ano passado. Para auxiliar na alavancagem da internacionalização das empresas, a ApexBrasil e o IEL contam com uma rede de instituições parceiras que compõem o Conselho Consultivo do PEIEX Bahia e Sergipe. Fazem parte o Sebrae, o Senai, o Centro Internacional de Negócios (CIN), os Correios, a Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologias da Informação (Assespro) Regional da Bahia, o Centro das Indústrias do Estado da Bahia, a Unijorge, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado (SDE/BA), o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO) e o Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI).

O objetivo do Comitê Consultivo é que as instituições integrantes possam prestar apoio em suas áreas de expertise. A gestora pela ApexBrasil do PEIEX Bahia e Sergipe, Maira Cauchioli, disse que também há a intenção que companhias ligadas às instituições do Conselho Consultivo possam ter o acesso facilitado ao programa. Para a chefe do escritório regional do INPI na Bahia,

Viviane Almeida, a propriedade industrial garante que os empresários façam uma diferenciação de seus produtos e serviços frente a outras empresas. “Isso pode trazer para eles uma ação de liderança no contexto do mercado e das negociações, e agregar valor à exportação dos seus produtos”, destacou.

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O PEIEX

PEIEX é o Programa de Qualificação para Exportação oferecido pela ApexBrasil para que a empresa inicie o processo de exportação de forma planejada e segura. É implementado em todas as regiões do país, por meio de parcerias da ApexBrasil com instituições de ensino (Universidades, Parques Tecnológicos ou Fundações de Amparo à Pesquisa) ou Federações de Indústria. Chamadas de entidades executoras do programa, elas são responsáveis pela aplicação da metodologia do PEIEX na qualificação de empresas.

IEL

O Instituto Euvaldo Lodi – IEL, fundado em 1969, ajuda as empresas a ganharem competitividade. Oferece serviços que, aplicados individualmente ou em conjunto, ajudam a melhorar os processos internos da empresa e colaboram com o seu crescimento e de seus colaboradores.

ApexBrasil

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) atua para promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia brasileira.

Para alcançar os objetivos, a Apex-Brasil realiza ações diversificadas de promoção comercial que visam promover as exportações e valorizar os produtos e serviços brasileiros no exterior, como missões prospectivas e comerciais, rodadas de negócios, apoio à participação de empresas brasileiras em grandes feiras internacionais, visitas de compradores estrangeiros e formadores de opinião para conhecer a estrutura produtiva brasileira entre outras plataformas de negócios que também têm por objetivo fortalecer a marca Brasil.

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