Brasil é o 10º país com mais premiações em design

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Empresários e designers falaram sobre a importância do reconhecimento internacional durante tarde dedicada a debater sobre o papel do design para as exportações, em evento realizado pela ApexBrasil

O mercado internacional é diferenciado, concorrido e, para se destacar nesse cenário múltiplo, é preciso ter personalidade e estratégia. O Brasil já provou que tem. Reunidos na tarde de quinta-feira (30) no Cubo JK, do Shopping JK Iguatemi, em São Paulo, designers e empresários que conquistaram reconhecimento internacional debateram sobre como o design abre muitas portas no mercado global. Eles representam o diferencial brasileiro no setor – o País é o 10º país com mais premiações em design no mundo, segundo o Centro Brasil Design (CBD). O encontro foi promovido pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), que organizou o Design Export Day em parceria com o Centro Brasil Design (CBD) para sensibilizar mais empresas brasileiras sobre esse elemento imprescindível em suas estratégias de exportação. O evento teve palestras e painéis com designers, empresários de sucesso e pesquisadores do setor, exposições com peças de design premiadas, além de ativações culinárias.

A empresária Maria Carolina, proprietária do Café da Condessa e de uma fazenda cafeeira no interior de Minas Gerais de mais de 200 anos, produz cafés especiais e decidiu sair do padrão de tons pretos e amarronzados nas embalagens, tão comum a essa indústria, além de exportar o café já torrado. “Eu vendo café para os meus clientes, não para o mundo cafeeiro. Então, o meu produto precisa ter a cara deles. Além disso, eu queria que o meu café fosse o Café da Condessa em qualquer parte do mundo. Então, decidi exportá-lo já torrado. Quando exportamos os grãos, eles podem ser torrados em outro país e deixam de ser café brasileiro”, explicou.

Em 2016, a empreendedora foi convidada a participar do Design Export, programa da ApexBrasil, executado pelo CBD e que aproxima empresas que desejam redesenhar suas embalagens, produtos e serviços de escritórios de design. Foi quando Maria Carolina realizou o sonho de revolucionar suas embalagens. Os resultados não poderiam ser mais expressivos, pois o Café da Condessa, além de exportar para diversos países, também recebeu premiações importantes como o Pentawards, em Nova Iorque, um dos principais prêmios embalagem do mundo, em que seu produto foi celebrado lado a lado a Marc Jacobs e Lancôme. As roupas novas do Café da Condessa também tiveram a primeira colocação no Brasil Design Awards, à frente de gigantes como Coca-Cola, Brahma e Bovespa. E não pára por aí: a empresária foi convidada para lecionar em uma escola do Agronegócio da França, mostrando que um bom design e as premiações abrem portas inesperadas.

Design + Indústria

Histórias como a de Maria Carolina mostram que a ApexBrasil está no caminho certo ao apostar no design como estratégia de inserção internacional para o Brasil, destaca a gerente de Indústria e Serviços da Agência, Maria Paula Velloso. Para manter-se competitivo ao longo dos anos e com sucesso nos negócios, as empresas também precisam se reinventar. Foi o que o ocorreu com a Associação Brasileira das Indústrias de Mobiliário (Abimóvel). No início da pandemia, o setor sofreu uma queda brusca nas vendas, além da paralização dos negócios. Foi então que alguns empresários corajosos, participantes do projeto setorial Brazilian Furniture, realizado pela ApexBrasil em conjunto com a Associação, resolveram, literalmente, virar a mesa.

Eles se reuniram em São Paulo, levaram seus móveis, chamaram designers do setor e redesenharam várias peças. Estava criado o projeto Design Integrado à Indústria, ou Design + Indústria. Os resultados não poderiam ser mais expressivos: a empresa catarinense Móveis James recebeu o IF Gold Award 2021, o Oscar do design industrial, pela produção da “Adega Cacho”, desenvolvida pela empresa a partir desta iniciativa. Além disso, os participantes da Design + Indústria puderam expor suas criações na

Casa Brasil NY, que ocorreu em maio deste ano paralelo à ICCF, uma das principais feiras de móveis dos EUA, e na Semana de Design de Milão, realizada em junho, um evento que atrai todos os olhares do setor.

Outro exemplo de reinvenção foi o realizado pela Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal). Conforme esclareceu o gerente de Mercado Internacional e Inteligência de Negócios, Luiz Cruz, o Brasil foi o grande produtor de calçados mundial até a expansão econômica da China. E a indústria de componentes foi duramente impactada. A fim de reverter esse quadro, foram buscar inspiração nos mercados mais destacados em todo o mundo e chegaram a uma solução: o design. Até então, a indústria vendia sob demanda dos clientes estrangeiros, e fazia o que eles pediam, ao invés de investirem em produtos personalizados.

A solução foi a criação do InspiraMais, iniciativa multisetorial, que também envolve as indústrias de couro, mobiliário e têxtil, com o apoio da ApexBrasil e dos projetos setoriais de cada área. A iniciativa conta com uma equipe de designers, liderados por um dos grandes nomes da moda nacional, Walter Rodrigues, que passou a criar de forma antecipada, em até 24 meses, as tendências para todo os setores. Além disso, desenvolveu atividades de prospecção de compradores internacionais, bem como de divulgação da produção brasileira no exterior. O salão chega fortalecido à sua 26ª edição, que será realizada nos dias 19 e 20 de julho, em Porto Alegre, com crescimento de exportações das áreas envolvidas, e é um exemplo de que o trabalho setorial conjunto faz toda a diferença.

Ousadia

Os cases de sucesso do Design Export Day não deixam dúvidas de que o sucesso é fruto da ousadia de quem aposta e se permite ir além. É o caso da joalheira Larissa Moraes, fundadora de empresa homônima. Advogada de formação e funcionária pública, ela começou a pintar livros de colorir para aliviar o stress. Da profusão de cores e formas veio a ideia de desenhar as jóias de seus sonhos. Algumas amigas gostaram das criações e pediram para confeccioná-las. Ao colocar as peças no Instagram, Larissa começou a receber mais e mais pedidos. Foi quando uma joalheira esclareceu que ela fazia alta joalheria, e propôs a apoiá-la a lançar a coleção.

Larissa apostou tudo o que tinha no lançamento que, previsto para o início de 2020, também foi impactado pela pandemia. Na ocasião, ela começou a pesquisar prêmios de design de joias, para potencializar o currículo, e se inscreveu em vários deles. Desde lá, já são mais de 11 premiações que fizeram com que suas criações estejam lado a lado com peças de marcas globais com Chanel, Dior, Bulgari, em boutiques de luxo, além de adornarem personalidades internacionais, como a atriz vencedora do Oscar, Viola Davis. “Às vezes eu sonho que nada disso é realidade, que minhas peças não estão ali. Mas estão, sim, é verdade”, contou a empreendedora para uma plateia emocionada que aplaudiu sua história. Para impulsionar as exportações, Larissa participou do Programa de Qualificação para Exportação da ApexBrasil (PEIEX), pois o mercado internacional tornou-se uma realidade em sua vida.

Segundo a gerente de Competitividade da ApexBrasil, Clarissa Furtado, histórias como as de Larissa e tantas outras, que foram mostradas no Design Export Day, falam da criatividade e da excelência dos designers brasileiros e das oportunidades que geram. “Nós temos profissionais de ponta, de excelência e temos a criatividade, o que faz o Brasil apto a ter o design como diferencial competitivo de seus produtos no mercado internacional. E não só na embalagem, mas como diferencial de processos produtivos e de inovação. E a Apex trabalha para que isso aconteça”, concluiu.

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