Brazil is Back: em Cannes, governo federal demonstra união na retomada do apoio ao setor audiovisual

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ApexBrasil, Ministério da Cultura, Ministério das Relações Exteriores e Ancine compareceram ao festival para reconstruir de maneira uníssona o apoio ao cinema brasileiro no exterior

Na edição de 2023 do festival de Cannes, instituições do governo federal foram até a França para demonstrar coesão no apoio público à indústria cinematográfica brasileira. Além da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), integraram a programação em Cannes o Ministério da Cultura (MinC), por meio da Secretaria do Audiovisual, o Ministério das Relações Exteriores (MRE), por meio do Instituto Guimarães Rosa, e a Agência Nacional do Cinema – ANCINE.

Depois de quatro anos de esvaziamento das políticas públicas voltadas à cultura, inclusive ao audiovisual brasileiro, as diferentes entidades de apoio voltaram a mobilizar-se em prol do setor. Além da retomada das reuniões de alinhamento para articular os novos planos para o cinema, as quatro instituições estiveram presentes em Cannes, o mais importante festival desse mercado, para dar suporte à internacionalização das produções tupiniquins.

“A suspensão do apoio teve um efeito muito negativo sobre o setor e sobre a competitividade do audiovisual internacionalmente, porque, embora os produtores e roteiristas brasileiros sejam muito criativos, e sua competência como criadores seja inegável, é preciso recursos e iniciativas estruturadas para que se possa fomentar o setor como um todo”, defende a diretora de Negócios da ApexBrasil, Ana Paula Repezza.

Com foco na maximização dos negócios, a Agência retomou o projeto “Cinema do Brasil”, realizado em parceria com o Sindicato da Indústria Audiovisual de São Paulo (SIAESP), dando suporte na montagem de um estande nacional no festival, que representou 42 produtores cinematográficos presentes em Cannes. Já MRE, MinC e ANCINE, além de apoiarem a ida de profissionais brasileiros para o evento, mantiveram uma profícua agenda de reuniões com parceiros internacionais, com o intuito de ampliar a atualizar a rede de acordos de coprodução do Brasil.

Segundo a secretária do Audiovisual, Joelma Gonzaga, que representou o MinC no festival, a expansão das parcerias com países estrangeiros e a assinatura de novos tratados e protocolos é uma das prioridades do órgão no momento. Esses acordos têm potencial de atrair parceiros internacionais para o país, já que as obras cinematográficas ou audiovisuais certificadas como coproduções podem acessar todos os benefícios e isenções governamentais concedidos às obras brasileiras.

Atualmente, o Brasil possui 13 acordos de coprodução, sendo que um deles é multilateral. No total, são 22 países com os quais os profissionais brasileiros podem produzir diretamente. “É um número ainda tímido, que a gente quer pelo menos triplicar, e, para isso, vem trabalhando constantemente o MRE, a ANCINE e a ApexBrasil, em uma ofensiva de ampliação dessas ferramentas”, explicou a secretária.

Adam Muniz, Chefe da Divisão de Ações de Promoção da Cultura Brasileira do Instituto Guimarães Rosa, do MRE, órgão que tem a competência para a assinatura dessas ferramentas de parceria internacional, destaca a importância do trabalho conjunto. “Desde o início desse novo governo, houve uma mensagem clara de que o Brasil está de volta e que o mote dessa administração é a união e a reconstrução. Portanto, essa é a mensagem transmitida entre nossos órgãos governamentais”, celebra.

Nesse sentido, a delegação também contou com a participação de Daniel Tonacci, Coordenador de Programas Internacionais da ANCINE, órgão responsável por dar corpo aos tratados internacionais de coprodução, transformando a intenção de parceria em editais de fomento. “O mais importante é que tenhamos a consciência de que o trabalho a ser feito na internacionalização do setor é tão relevante que ninguém pode fazê-lo sozinho. Ninguém tem todos os recursos e conhecimentos para realizá-lo sozinho”, explica.

Foco na África e em diversidade

Em relação às prioridades para o audiovisual, além da retomada dos fluxos de recursos para o setor, as instituições apontam para parcerias com o chamado “Sul global”, com destaque para a aproximação com os mercados da África e da América Latina. “A ApexBrasil trabalha totalmente alinhada com o governo federal, com o presidente Lula e com o nosso ministério [MDIC]. A primeira coisa que o Presidente disse, quando assumiu o cargo, foi que o Brasil deveria voltar a se concentrar na América Latina e na África”, explica a diretora da Agência.

O diplomata Adam Muniz ratifica essa visão e revela que há uma estratégia de ação do setor para ampliação das parcerias com países africanos, sobretudo com os falantes de português. “Estamos iniciando conversas sobre um acordo multilateral com todos os países de língua portuguesa, que é muito estratégico para o Brasil. O Brasil tem 210 milhões de habitantes, é o maior país de língua portuguesa, mas essa realidade vai mudar até 2050, quando a soma dos lusófonos na África será superior”, afirma.

“É por isso que, no mês passado, a ministra da Cultura Maragareth Menezes esteve na cúpula da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e anunciou uma doação de 1 milhão de euros para um programa voltado para a coprodução em audiovisual com todos os nove países de língua portuguesa no mundo”, celebrou o representante do Itamaraty. A rede de coproduções do Brasil ainda depende da aprovação dos tratados no Congresso Nacional, mas o objetivo é que sejam desdobrados em programas de fomento oferecidos pela ANCINE.

Outro fator importante que pesará no desenho das novas políticas públicas para o cinema brasileiro é a desconcentração regional e a diversidade. “Agora precisamos encontrar uma forma para que produtores brasileiros do Nordeste e dos estados amazônicos participem de uma maneira mais ampla desse mercado, e que suas produções também sejam exibidas nos festivais. Porque essa foi a segunda prioridade que o Presidente Lula nos deu: precisamos fomentar o desenvolvimento regional dentro do Brasil”, defende Ana Paula Repezza.

“Entendemos que o desenho do novo projeto tem que ter um olhar de gênero, de raça e regional. Queremos voltar com um projeto de Cinema do Brasil ainda mais representativo, diverso e competitivo”, afirmou Repezza. Daniel Tonacci, representante da ANCINE, também ressaltou a importância de que ações de fomento atinjam diferentes tipos de filmes, em variados estágios de maturidade, desenvolvidos em todas as regiões do país.

Tema: Promoção Comercial — Atração de Investimentos Estrangeiros — Expansão Internacional
Mercado: Europa
Setor de Exportação: Economia Criativa
Setor de Investimento: Não se aplica
Setor de serviços:

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