Brasil e Portugal estreitam relações em seminário promovido pela ApexBrasil

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Encontro reuniu entidades governamentais, além de empresas brasileiras e portuguesas, para debater oportunidades de negócios e fortalecer a cooperação entre os dois países

Brasil e Portugal são parceiros históricos e o desejo do governo federal é intensificar o comércio entre ambas as nações. Para tanto, na semana em que os portugueses celebram o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, comemorado em 10 de junho, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), em parceria com a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e a Embaixada de Portugal no Brasil, realizou o Seminário Empresarial Brasil-Portugal. O encontro, que ocorreu nesta terça-feira (13), em Brasília, reuniu autoridades governamentais brasileiras e portuguesas e CEOs de grandes empresas de ambos os países para tratar de questões consideradas estratégicas, como transição energética, mobilidade, sustentabilidade, agronegócio, tecnologia e inovação. 

“Queremos retomar a relação histórica entre Brasil e Portugal através dos negócios, do crescimento econômico e das relações comerciais entre os dois países. Estamos na iminência de estabelecermos o acordo Mercosul-União Europeia (UE), e isso muda tudo, várias possibilidades e oportunidades surgirão. Portugal tem um papel fundamental, pois é a entrada do Brasil na Europa e a saída da Europa para o Brasil”, afirmou o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, durante a abertura do seminário. Segundo ele, Portugal é também referência de tecnologia, inovação e saúde, e há muitas possibilidades de cooperação entre os dois países com a volta da diplomacia presidencial do governo Lula e Geraldo Alckmin.  

Para o diretor da AICEP no Brasil, Francisco Saião, o seminário foi fundamental para mostrar às empresas brasileiras e portuguesas que as Agências de fomento para investimentos e comércio dos dois países estão unidas, criando oportunidades para que as relações comerciais entre os dois países se concretizem. “É mais uma oportunidade de colocar frente a frente empresários dos dois países para fazerem negócios em novas áreas que são fundamentais e globais”, afirmou Saião.

Parceria duradoura  

Inspirado em Camões, a relação entre Brasil e Portugal foi abordada pelo secretário de estado adjunto do primeiro-ministro de Portugal, Antônio Mendonça Mendes, como uma relação de amor e amizade duradoura. “É uma parceria que dura e sobrevive há mais de 500 anos. Hoje, mais de duas mil empresas portuguesas exportam para o Brasil, que é também o nosso segundo melhor investidor. Se as trocas comerciais estão nesse nível, com a melhoria da relação nós seguramente podemos alavancar esses resultados”, afirmou. Mendes destacou também o importante papel da ApexBrasil e da AICEP como ferramentas para o estreitamento desses laços e reforçou o interesse de ambos os países em fomentar o empreendedorismo de pequenas e médias empresas, startups, novas tecnologias, e sustentabilidade social, econômica e ambiental, além da equidade de gênero.  

Em sua fala, o Embaixador de Portugal no Brasil, Luís Faro Ramos, lembrou que Portugal foi o primeiro país a ser visitado pelo presidente Lula assim que eleito, em novembro do ano passado. Além disso, no mês passado, o presidente brasileiro esteve com o primeiro-ministro português, Antônio Costa, durante a 13ª Cimeira Brasil-Portugal. Na ocasião, ambos os países declararam seus esforços para o fortalecimento das relações entre as duas nações ao assinar 13 acordos comerciais. “A retomada das Cimeiras, a intenção de criar um escritório da ApexBrasil em Lisboa e a realização desse seminário mostram o caminho de oportunidades que temos pela frente. Portugal está de portas abertas para o Brasil e sentimos que o Brasil está aberto para os portugueses”, afirmou o Embaixador.  

Ao destacar o recorde da balança comercial do Brasil no mês de maio, bem como os avanços do arcabouço fiscal e da reforma tributária, o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Marcio Elias Rosa, disse que o Brasil está em ótimo momento para ser novamente descoberto. “Além da relação histórica, dos laços afetivos sociais e culturais, nós falamos a mesma língua e   temos a mesma estrutura de pensamento. O Brasil está num grande momento para ser novamente descoberto pelo seu parceiro Portugal”, concluiu. 

Além do olhar ambiental, social e econômico, o secretário de Promoção Comercial, Ciência, Tecnologia e Inovação e Cultura do Ministério de Relações Exteriores, embaixador Laudemar Aguiar, chamou atenção para o importante papel da cultura no fortalecimento entre as duas nações. Aguiar destacou a importância da indústria criativa, bem como o potencial da língua portuguesa e a necessidade do incentivo ao turismo. 

O Presidente da Frente Parlamentar Brasil-Portugal, o deputado federal Antônio Brito, disse que a criação da Frente Parlamentar Brasil-Portugal será um grande passo para a relação comercial entre os dois países. Assim como existem as Frentes Parlamentares Brasil-China e Brasil-Estados Unidos, Brito afirma ser fundamental a criação desse canal com Portugal dentro do Congresso. “A Frente Parlamentar age na sociedade e torna o ambiente mais propício para os acordos bilaterais. É um momento único e minha missão será essa costura”, afirmou. 

Por fim, a secretária adjunta da Secretaria Executiva do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), Raimunda Monteiro, disse que saúde, tecnologia, energia e mobilidade são os mesmos temas pautados pelo Conselho, que está em fase de estruturação de grupos e comissões temáticas. “Considerando a retomada do desenvolvimento econômico do Brasil, bem como o reencontro dessa relação comercial com Portugal, teremos, no Conselho, espaço de diálogo muito qualificado para subsidiarmos as propostas que possam promover o desenvolvimento mútuo dos dois países”, concluiu. 

Transição energética e transformação digital 

O seminário contou com dois painéis mediados pelo coordenador de Economia da Folha de São Paulo em Brasília, o jornalista Fábio Pupo. O primeiro abordou o tema da transição energética e mobilidade e contou com a participação da Diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do BNDES, Luciana Costa; do CEO Brasil do Grupo EDP, João Marques da Cruz; e do CEO Brasil da GALP Energia, Daniel Elias. As duas empresas já atuantes no país pretendem investir mais de cinco bilhões de euros em projetos no Brasil nos próximos anos. Durante o painel, os participantes falaram sobre os desafios e as incertezas legais, bem como destacaram o desempenho do Brasil em criar um ambiente seguro para investimento. “O Brasil, em sua escala, tem conseguido manter uma constância de oportunidades”, afirmou Daniel Elias. Já João Marques elogiou os sistemas regulatórios brasileiros, mas questionou a fonte hídrica para energia limpa. “Mais de 50% da energia limpa do Brasil é hídrica. O vento e o sol ainda são pouco explorados e é preciso criar espaço para investir nisso. Além disso, a dimensão social também necessita de atenção, pois as regras são difíceis para aqueles de baixa renda terem acesso às tarifas sociais”, afirmou.  

O segundo painel abordou os temas da tecnologia e inovação e a transformação dos serviços tradicionais diante da transição digital. A presidente da Holding AYO Group e Conselheira de Desenvolvimento Econômico e Social, Glória Guimarães, falou sobre a necessidade da educação digital para que a sociedade acompanhe o desenvolvimento das novas tecnologias e da inteligência artificial, além da importância da regulamentação para que seja uma transição segura. Já o vice-presidente global de relações institucionais da Embraer, José Serrador, trouxe a importância das trocas de tecnologias entre os países para o melhor desempenho e redução de emissão de gases poluentes na área da aviação. Participaram também deste painel o CEO Brasil da Gallo, Filipe Gonçalves; e o CEO da MDS Brasil e Americas Regional Manager da Brokerslink, Ariel Couto. 

Relação Brasil – Portugal  

Segundo o estudo Perfil País sobre Portugal, lançado pela ApexBrasil no mês de abril deste ano, o Brasil foi o sétimo maior fornecedor de Portugal em 2022. O perfil ainda mostra que o Brasil vem aumentando sua participação no mercado português, saindo de 1,3% de marketshare em 2013 para 4,4% no ano passado.

A pauta exportadora brasileira para o mercado português concentrou-se em produtos como óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos crus (59%); soja (8,1%); milho não moído, exceto milho doce (6,5%); óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos (5,3%); produtos laminados planos de ferro ou aço não ligado, não folheados ou chapeados, ou revestidos (5,0%).  

Também houve aumento no volume de investimentos estrangeiros diretos (IED) portugueses no Brasil, com US$ 11,9 bilhões em 2021. O estoque representa 21% do total de IED de Portugal em todo o mundo. Acesse o Perfil País Portugal e saiba mais sobre os fluxos comerciais entre as duas nações.

Sobre a ApexBrasil 

A ApexBrasil atua para promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia brasileira. A Agência apoia atualmente cerca de 15 mil empresas em 80 setores da economia brasileira.

Tema: Promoção Comercial — Qualificação Empresarial — Inteligência — Atração de Investimentos Estrangeiros — Expansão Internacional
Mercado: Europa
Setor de Exportação: Alimentos, Bebidas e Agronegócios — Máquinas e Equipamentos — Casa e Construção — Economia Criativa — Moda — Saúde — Tecnologia da Informação e Comunicação
Setor de Investimento: Venture Capital e Private Equity — Petróleo e Gás — Energias renováveis — Real State — Infraestrutura — Outros
Setor de serviços: Não se aplica

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