Grandes produtores e pequenos empresários serão capacitados para a exportação em Luis Eduardo Magalhães, na Bahia

Grandes produtores e pequenos empresários serão capacitados para a exportação em Luis Eduardo Magalhães, na Bahia

Compartilhar
Copiar link

Compartilhar

Compartilhar esse link com
Copiar link
Link copiado!

ApexBrasil e Instituto Euvaldo Lodi lançaram novo ciclo do Programa de Qualificação para Exportação na região. Meta é capacitar 50 empresas durante 24 meses  

Com o objetivo de impulsionar a atividade exportadora, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) iniciaram um novo ciclo do Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX) que vai capacitar para a exportação 50 grandes e pequenas empresas de diversos setores no município de Luis Eduardo Magalhães, na Bahia. Estas companhias fazem parte de um total de 375 que serão atendidas pelo programa tanto no estado da Bahia quanto em Sergipe, com atendimento customizado para as demandas dos estados. O núcleo de Luis Eduardo Magalhães foi lançado na última quarta-feira (4) na localidade. O convênio tem duração de dois anos e vai atender empresários das cidades de Barreiras, Barra, Bom Jesus da Lapa, Correntina e Ibotirama, entre outras.  

Luis Eduardo Magalhães é um importante centro do agronegócio para o estado e para todo o País. Para se ter uma ideia da importância desta zona, em 2021, dos US$ 9,48 bilhões exportados por todo o estado da Bahia, o município respondeu por US$ 1,48 bilhão, cerca de 15% do total estadual. Com os investimentos e aperfeiçoamentos em tecnologia, gestão e logística que os empresários e produtores da região têm realizado, esse valor tende a aumentar. Segundo o coordenador de Negócios do IEL e do PEIEX para a região oeste da Bahia, Marco Antônio Cordeiro Ferreira, o programa tem muito a oferecer, mesmo diante do grande volume de exportações que algumas empresas locais já apresentam. “A maior parte das vendas internacionais da região vem do agro, 99%. Mas são feitas por meio de trading, ou seja, os produtores vendem para uma empresa que irá comercializar a produção em mercados estrangeiros. Nosso intuito é fazer com que as empresas daqui estabeleçam a relação comercial diretamente com os compradores internacionais, além de apoiar as que ainda não exportam e que desejam iniciar sua internacionalização”, comentou ele.  

Algodão, banana e cacau  

O grupo Schmidt é um exemplo de como o PEIEX pode ajudar a alavancar as empresas locais, mesmo aquelas que já têm cultura internacional. O grupo é um dos grandes produtores município, com diversas fazendas para cultivo e exportação de soja e algodão, banana e cacau. Só que, como ocorre com outros produtores, vendiam sua produção para grandes comercializadores internacionais, os traders, por preços não tão rentáveis. Após participar do primeiro ciclo do PEIEX para a região, que foi realizado de 2019 a 2021, a empresa deu os passos necessários para conseguir vender o algodão diretamente para compradores na Ásia, aumentando de forma exponencial os ganhos com as negociações.  

À época, a empresa também já tinha decidido diversificar a produção, passando a investir no mercado frutícola, mais especificamente no cultivo de bananas e de cacau. Atualmente, são produzidas cerca de 10 milhões de toneladas por ano de bananas, que abastecem o mercado nacional e que já são exportadas para a Argentina. Além disso, o centro de processamento das frutas conseguiu o selo Global Gap neste ano, uma das exigências para exportar para a União Europeia. Segundo Moisés Schmidt, um dos proprietários do grupo, o PEIEX e a ApexBrasil têm um papel importante para os produtores da região. “Nós precisamos de muita ajuda para vender o nosso produto lá fora e a demanda para o agro está crescendo. Nós temos qualificação social, ambiental, somos associados a diversas entidades do setor, crescemos e investimos em conjunto, e isso é o que faz a força do agronegócio”, disse.   

A marca Cacau do Cerrado é outra iniciativa do grupo, cujas atividades tiveram início para testar a qualidade da fruta produzida por uma nova tecnologia de reprodução de cacaueiros que a grupo desenvolve no viveiro Bio Brasil. Em geral, as plantas são cultivadas na sombra, mas o grupo desenvolveu mudas que conseguem crescer a pleno sol e que produzem frutos em até dois anos, quando a média para início de colheita nesse tipo cultivo é de 3 a 4 anos. Os resultados começaram tímidos, mas foram ganhando relevância. Em 2021, a barra de chocolate 65% produzida pela marca, foi classificada como uma das melhores já testadas pelo Centro de Inovação do Cacau (CIC).  

Durante a cerimônia de lançamento do novo ciclo do PEIEX, foi mostrado em primeira mão o Mel Cacau do Cerrado, que é feito a partir da redução da seiva da fruta, além das barras de chocolate e dos nibs. Segundo Sinuhe Quadros, gerente do grupo, o PEIEX foi um divisor de águas, pois os auxiliou em diversos aspectos, até mesmo na readequação do rótulo e da logomarca. Em fevereiro deste ano, com o apoio da ApexBrasil, a empresa foi a única representante brasileira de cacau e chocolates a participar da Gulfood, maior feira de alimentos do Oriente Médio, e já tem propostas para exportar seus produtos para Dubai. A expectativa é que as vendas internacionais tenham início no segundo semestre do ano.  

Tamanho sucesso e a escala de produção do grupo requerem uma gestão ágil e eficiente. É aí que entra a FIBOO, uma agritech que cresceu sob os auspícios das empresas e fazendas Schmidt. Com sede administrativa em Brasília e operacional em Barreiras, a startup desenvolveu um sistema de monitoramento que impressiona. A plataforma une a inteligência de produção, com logística e tecnologia de ponta com o objetivo de aumentar a eficiência no cultivo de Bananas, Cacau e Mamão, e agora, também estão sendo implementados testes na indústria. Segundo o gerente geral da empresa, Tiago Tozi, o sistema desenvolvido é altamente personalizável permitindo que os produtores tenham acesso diversas funções como rastreabilidade, gestão operacional, padronização do processo produtivo. “Com a aplicação de todo esse instrumental, a empresa acaba tendo diminuição de custos, redução das perdas e aumento da lucratividade e da produção”, comentou. As fazendas da Schmidt fazem uso da plataforma para agendar as atividades e a produtividade de cada funcionário, para monitorar as lavouras e disponibilizar relatórios que irão ajudar na tomada de decisões rápidas e efetivas, entre outras vantagens.  

Além do agro 

Ainda que o agronegócio seja uma potência na região, os técnicos do PEIEX têm trabalhado para também atrair empresas de outros setores. De acordo com a monitora do Programa, Silvia Dayube, a intenção é impulsionar as mais diversas áreas, como alimentos e bebidas, rações, máquinas e equipamentos, moda, rochas, metalurgia e produtos de metal, empresas de beleza e de serviços, como pintura industrial. “A região é muito rica e tem muito a oferecer e a se expandir, então nosso olhar está voltado para todas as empresas que tenham potencial e vontade de exportar”, concluiu.  

O Studio Capelli é um exemplo da multiplicidade de setores que podem se beneficiar com a qualificação. O salão de beleza está situado em Barreiras e encontrou um nicho promissor: a fabricação de extensões de cabelo natural. De acordo com a proprietária, Tamires Dourado, a procura pelo cabelo brasileiro é alta, devido à qualidade dos fios. E ela viu na qualificação do PEIEX a oportunidade de levar autoestima e bem estar não só para as mulheres no Brasil, mas também em outros países. O cabelo é tratado, colorido de forma personalizada de acordo com a necessidade da cliente e preparado como uma extensão adesiva. “Nós chegamos às mulheres que desejam mudar e elevar a autoestima, com um cabelo mais volumoso ou comprido, e também atendemos àquelas que tiveram alguma questão de saúde que levou à diminuição da quantidade de fios ou ao seu enfraquecimento”, explicou.   

Para a gerente de competitividade da ApexBrasil, Clarissa Furtado, o propósito das ações da Agência é exatamente “levar o diferencial do Brasil para o mundo e chamar a atenção dos outros países para o potencial do empresário e do empreendedor brasileiro. Nós temos produtos e serviços sofisticados, muito competitivos em qualquer mercado”. Os números demonstram a relevância dos resultados alcançados pela ApexBrasil: 74% das empresas apoiadas tiveram crescimento em suas exportações, enquanto 65% exportaram para novos destinos e 58% inovaram em sua pauta exportadora. Em 2021, a ApexBrasil apoiou empresas responsáveis por 46,2% das exportações brasileiras, um total de US$ 129,4 bilhões. 

Outra indústria que viu uma oportunidade de alavancar suas vendas e exportar seus produtos é a Jenc, que produz kits de alongamento e barras de pulverização para as lavouras. Por meio da engenhosidade e perícia de seus técnicos, conseguiu projetar extensões metálicas de até 60 metros para se acoplar às máquinas pulverizadoras, com maior durabilidade e por um valor muito mais baixo do que as oferecidas pela concorrente. Para tanto, utilizam uma liga de alumínio de altíssima qualidade, utilizada em motores de automóveis e que praticamente não perde suas características e flexibilidade ao ser aquecida na solda (o que acontece com os outras ligas deste metal). Produtores do Paraguai adquiriram seus produtos por meio de intermediários e a empresa entendeu que o país é um mercado potencial para sua produção. “Nosso objetivo é ajudar a aumentar a produtividade das lavouras”, disse o gerente de produção, Josemar Gomes Pessoa.  

Cooperação  

Como ocorre em outras localidades, o núcleo do PEIEX de Luis Eduardo Magalhães conta com o apoio de um Comitê Consultivo, que reúne algumas das principais instituições do estado e da região, com o objetivo de auxiliar de forma específica em qualquer etapa do processo de exportação. Fazem parte da iniciativa as Prefeituras de Luis Eduardo Magalhães e de Barreiras, a Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abapa), a Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), o Sesi, o Senai, o Sebrae, a Universidade Federal do Oeste da Bahia, o Sindicato dos Produtores Rurais de Barreiras e o de Luis Eduardo Magalhães, a aceleradora de agritechs Cyklo, o Banco do Brasil, os Correios, a rede de Centros Internacionais de Negócios (CIN) da Bahia, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO) e o Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI).  

Sobre o PEIEX 

PEIEX é o Programa de Qualificação para Exportação oferecido pela ApexBrasil para que a empresa inicie o processo de exportação de forma planejada e segura. É implementado em todas as regiões do país, por meio de parcerias da ApexBrasil com instituições de ensino (Universidades, Parques Tecnológicos ou Fundações de Amparo à Pesquisa) ou Federações de Indústria. Chamadas de entidades executoras do programa, elas são responsáveis pela aplicação da metodologia do PEIEX na qualificação de empresas. 

Sobre o IEL 

O Instituto Euvaldo Lodi – IEL, fundado em 1969, ajuda as empresas a ganharem competitividade. Oferece serviços que, aplicados individualmente ou em conjunto, ajudam a melhorar os processos internos da empresa e colaboram com o seu crescimento e de seus colaboradores. 

Sobre a ApexBrasil  

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) atua para promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia brasileira. 

Para alcançar os objetivos, a Apex-Brasil realiza ações diversificadas de promoção comercial que visam promover as exportações e valorizar os produtos e serviços brasileiros no exterior, como missões prospectivas e comerciais, rodadas de negócios, apoio à participação de empresas brasileiras em grandes feiras internacionais, visitas de compradores estrangeiros e formadores de opinião para conhecer a estrutura produtiva brasileira entre outras plataformas de negócios que também têm por objetivo fortalecer a marca Brasil. 

Exclusivo para usuários logados

Para acessar este conteúdo é necessário informar o tipo de Audiência

CNPJ inválido
Nome da empresa inválido
Erro: