Design alavanca exportações em até 60%

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Personalidades do design nacional e internacional debateram as tendências globais do setor no Design Export Day, evento organizado pela ApexBrasil nesta quinta-feira (30) em São Paulo

Para as empresas que passaram pelo redesenho de seus produtos, processos e serviços, 1% de investimento feito em design geraram o triplo de aumento nas vendas. E as exportações foram alavancadas em até 61%. A informação, extraída de um estudo da ApexBrasil com o Centro Brasil Design (CBD), foi apresentada por Ana Brum, diretora do CBD, em sua palestra de abertura do Design Export Day, evento realizado na tarde desta quinta-feira (30).

Organizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, ApexBrasil, em parceria com o CBD, o evento reuniu profissionais renomados e empresários que viram suas vendas saltar ao adotar um design arrojado. O objetivo do evento era sensibilizar as empresas para o fato de que o design é um elemento fundamental para impulsionar as exportações brasileiras, além de se tornar um diferencial para o país no cenário internacional.

“Se queremos exportar, precisamos ser competitivos e, para tanto, é necessário se utilizar do design”, disse Ana Brum. No entanto, a pesquisadora e designer destaca que não basta tentar exportar algum excedente ou apenas aproveitar a boa tendência cambial. “Para chegar a mercados internacionais, precisamos, já de início ter esse pensamento”, concluiu.  O designer Lincoln Seragini, responsável pelo design de mais de 20 mil embalagens, falou sobre sua experiência de 54 anos de carreira. “Nós estamos vivendo a Era da economia criativa. E a criatividade e a diversidade são o maior diferencial que nós, brasileiros, temos. O design é integrante do processo produtivo, e é tão óbvia a diferença que traz. Para a primeira venda, não há investimento mais importante que o design da embalagem. Cada produto precisa fazer a sua primeira venda e, para tanto, a embalagem é o que mais influencia, pois você não conhece o conteúdo ainda”, explicou.   

Segundo mapeamento da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), a produção da indústria criativa corresponde a 2,61% de toda a riqueza gerada em território nacional. Em 2017, o PIB Criativo totalizou R$ 171,5 bilhões, dentro de um cenário de reorganização da economia e da sociedade. O mesmo mapeamento apontou que o universo criativo do País é formado por 837,2 mil profissionais de 245 mil empresas. Segundo a pesquisa, as áreas de Consumo (43,8%) – no qual se enquadram os setores de Design e Arquitetura -- e Tecnologia (37,1%) responderam por aproximadamente 80% dos trabalhadores criativos no Brasil.

Ocidente e Oriente

O debate sobre design seguiu com as palestras de dois renomados profissionais do setor: o designer e pesquisador Ilpo Koskinem, que falou sobre o design no Ocidente, e Maurício Medeiros, designer, empreendedor e consultor em estratégia de marca, sobre design no Oriente. Ambos os pesquisadores posicionaram a cultura como um fator decisivo para essa diferenciação. Se, como explicou Ilpo, o design europeu é tão variado quanto o número de países que compõem o continente, o design oriental, também o é, pois os idiomas e tradições culturais e religiosas fazem com que cada país asiático seja um universo à parte, conforme Maurício destacou.

Ilpo ainda ressaltou que, no Ocidente, há claramente uma tendência de que as pessoas passem a consumir mais experiências, em vez de produtos. “A sociedade ocidental tende a reduzir a quantidade de bens que possui. Se, por um lado, temos as mudanças climáticas, que ajudam a afetar nessas escolhas, por outro, temos a desigualdade crescente, que separa os muito ricos, que viajam, vão a restaurantes e eventos, que podem desfrutar de todas essas experiências, dos mais pobres, que seguem adquirindo produtos de baixo valor. A classe média está sumindo”, observou.

Já no Oriente, as tradições religiosas, de tão significativas, chegam a interferir nos negócios. Por exemplo, na Tailândia, que recebe 40 milhões de turistas por ano, não é permito adquirir estátuas de Buda como souvenir, tamanha a reverência da população. Maurício ainda trouxe cases de sucesso pelo sudeste asiático, que demonstram a forma diferenciada de pensar o design. O repelente cuja embalagem, quando descartada, ajuda a exterminar o mosquito da dengue, contribuindo para a diminuição dos índices da doença na Índia, foi um dos exemplos apresentados. “Para os orientais, o design é, acima de tudo, um modo de pensar. Eles enfrentam, por exemplo, questões como violência urbana a partir dessa perspectiva. A Coréia do Sul se reinventou com base no design e na inovação”, concluiu.

Design Export

O evento marca a quarta edição do Design Export, programa da ApexBrasil executado pelo CBD, que aproxima escritórios de design com expertise a empresas que necessitam redesenhar seus produtos, embalagens, serviços e processos. Segundo a gerente de Competitividade da ApexBrasil, Clarissa Furtado, o programa já ajudou na inserção de diversas empresas no mercado internacional. “A ApexBrasil completa 25 anos de atuação e o design sempre esteve em nosso DNA, faz parte da nossa história. No Brasil, nós temos designers renomados, cujo trabalho é reconhecido internacionalmente, então temos tudo para fazer deste o nosso diferencial. E o Design Export é um programa totalmente alinhado com essa missão”, afirmou.  

A Ômega Light é um bom exemplo do sucesso do programa. A empresa, ganhadora de diversos prêmios internacionais por suas luminárias, participou do Design Export em 2016. Segundo o diretor de marketing da empresa, Fabio Nagata, a experiência trouxe vários ganhos para a companhia, entre eles, novos modos de pensar e fazer o design dos produtos. “Nós temos um grupo de desenvolvimento de produtos, mas o contato que obtivemos por meio do programa com outros modos de pensar o design, de iniciar o processo de criação, foi muito importante. Algumas práticas foram assimiladas por nosso time. Eu indico a todas as empresas, principalmente para aquelas que não tem um setor de desenvolvimento de produtos, participar do Design Export”.

Nas três edições já concluídas, entre 2012 e 2020, o Design Export apoiou 369 empresas de 30 setores, tanto no design quanto na adaptação de produtos, embalagens e materiais de comunicação. E tem mais de 130 escritórios de design cadastrados. Segundo o CBD, 97% das empresas que passaram pelo programa declararam uma expectativa no aumento de vendas com o novo projeto desenvolvido.

ApexBrasil 

A ApexBrasil impulsiona as exportações brasileiras e promove a atração de investimentos para o país. Portanto, trabalhar o design como diferencial, visando que este se torne, cada vez mais, um vetor de inovação e distinção do Brasil no cenário global, faz parte da missão estratégica da Agência. Além de realizar o Design Export, a ApexBrasil leva o design como ferramenta estratégica e elemento imprescindível para o sucesso internacional das empresas em todas as suas ações.

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