Exportações das empresas apoiadas pelo Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX) chegaram a US$ 1,5 bilhão, em 2022. Maior parte das empresas apoiadas são micro e pequenas empresas
Na última quarta-feira, 9 de agosto, um almoço com autoridades realizado na Agência Brasileira de Promoção e Exportação do Brasil (ApexBrasil) contou com uma sobremesa especial. Os representantes da Frente Parlamentar do BRICS, senadores Irajá (PSD-TO), Augusta Brito (PT-CE), Mecias de Jesus (PRB-RR) e Humberto Costa (PT-PE), além do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, do Secretário executivo do MDIC, Marcio Elias Rosa, e do embaixador Eduardo Saboia, tiveram a chance de experimentar os doces de um pequeno empreendedor apoiado pela Agência e pronto para exportar.
Os bombons da Aguimar Ferreira fizeram sucesso. “Este é o primeiro bombom tecnológico do mundo. Aponte a câmera e descubra uma oportunidade brasileira que está avançando graças ao apoio da ApexBrasil”, dizia a caixa de docinhos entregue aos convidados. Alexandre Ferreira fundou a Aguimar Ferreira Chocolateria e Confeitaria em 2009, em Brasília (DF), e hoje está prestes a vender os produtos para fora do Brasil.
A origem é inusitada. “Eu era jogador de futebol. Joguei profissionalmente até os 22 anos e todo mundo me perguntava por que um jogador de futebol foi mexer com chocolate”, conta o empreendedor. “Eu conheci a mãe de um amigo, a Dona Kátia. Ela me ensinou a fazer o chocolate porque eu estava há 9 meses com salário atrasado e ali eu vi que era um momento de decisão”, explica Alexandre.
Iria acontecer o maior evento esportivo do mundo: as Olimpíadas no Brasil, Rio 2016. Alexandre então decidiu aumentar a capacidade produtiva e treinar a equipe. “Nós chegamos até o Comitê Olímpico e nos tornamos um dos fornecedores oficiais dos jogos”, adicionou.
A pandemia, contudo, foi um desafio para a continuidade do negócio, e foi nesse momento que a parceria com a ApexBrasil foi decisiva. Alexandre conheceu o Programa de Qualificação para Exportação, o PEIEX, e novas portas se abriram. O Programa é uma inciativa da ApexBrasil voltada para empresas que nunca exportaram ou que estão iniciando no processo de exportação. É implementado em núcleos espalhados por todas as regiões do país por meio de parcerias da agência com instituições de ensino, fundações de amparo a pesquisa, federações de indústria, entre outros. Dessa maneira, profissionais especialistas em comércio exterior orientam os empresários nos caminhos mais adequados para o mercado internacional.
Para Alexandre, a parceria com a ApexBrasil foi um divisor de águas. “Eu via a exportação como algo complexo e difícil de trabalhar. O que a ApexBrasil fez foi retirar o tabu de que exportar é um bicho de sete cabeças” afirma.
Por meio do PEIEX, a empresa de chocolates participou da plataforma Connect Americas – iniciativa do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em parceria com a ApexBrasil, e teve contato com compradores de todas as Américas. Nas conversas com uma importadora mexicana, Alexandre começou tratativas para exportar 240 mil alfajores.
Hoje, a empresa planeja que as exportações equivalham a 25% de seu faturamento anual. Segundo Alexandre, “os mercados iniciais que nós queremos atuar são aqueles que têm mais facilidade com a língua e a cultura Brasileira portuguesa”, mas o empresário também destacou mercados nos quais já há demandas sobre chocolates brasileiros, como é o caso da China, Estados Unidos, Portugal e África do Sul.
O acesso a mercados exteriores pode ofertar às empresas a possibilidade de aumentar sua produção e faturamento. Ademais, no processo que leva à exportação, as empresas adquirem novos conhecimentos e melhoram seus produtos, o que tende a incrementar sua produtividade. Igualmente, a diversificação de compradores amplia sua resiliência em momentos de flutuação da economia.
Foi justamente o que aconteceu com a Aguiar Ferreira. A empresa teve que adquirir novas máquinas e promover alterações na dinâmica de produção e finalização dos produtos. Profissionais especializados em controle de qualidade e nutrição também foram agregados ao processo produtivo.
Metodologia PEIEX
O PEIEX tem como base uma metodologia que pode ser aplicada a diferentes tipos de empresas, independentemente de porte ou setor. No entanto, ao considerar as diferenças entre empresas do agronegócio, da indústria de transformação e do setor de serviços, o programa trabalha com conteúdos distintos para cada um desses setores por meio do PEIEX Bens, PEIEX Agro e PEIEX Serviços.
No Programa, a equipe de atendimento da ApexBrasil desenvolve, junto aos empresários, uma análise sobre a maturidade exportadora da empresa e oferece diferentes ferramentas para capacitação em aspectos-chave de comércio exterior, como: adequação de embalagem e produto ou serviço, identificação de oportunidades internacionais e de barreiras de acesso a mercado, precificação e frete. O processo de qualificação tem uma duração média de três a seis meses, dependendo da disponibilidade da empresa para os encontros.
Resultados do PEIEX
Em 2022, o PEIEX qualificou 2.374 empresas, as quais exportaram um total de $1,5 bilhão. As micro e pequenas empresas atendidas foram responsáveis por US$ 183 milhões em valor exportado.
Essas empresas exportaram produtos de 17 segmentos, com destaque para: Alimentos e Bebidas (59,8%), Produtos Agropecuários (22,7%), Moda, Higiene Pessoal e Cosméticos (12,2%), e Madeira, Móveis e Outras Manufaturas (1,5%).
Acesse o Catálogo Vitrine PEIEX e conheça mais sobre o Programa aqui.
Como faço para participar?
Para participar do PEIEX, as empresas podem agendar uma reunião com a equipe técnica do PEIEX mais próximo (veja o mapa dos Núcleos Operacionais com os respectivos contatos aqui) ou encaminhar e-mail para apexbrasil@apexbrasil.com.br.
