Estudo inédito mostra crescimento de mais de 150% no número de estúdios desenvolvedores de jogos eletrônicos no país

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Objetivo do relatório é realizar um diagnóstico do segmento para impulsioná-lo ainda mais por meio do projeto Brazil Games. Indústria de games gera mais de 12 mil empregos no país

O Brasil é o maior mercado de games da América Latina, com receita estimada em R$ 11 bilhões em 2021. Desde 1982, quando o primeiro game brasileiro foi lançado, até hoje, o país soma mais de mil estúdios e 12.440 empregos gerados. Para fortalecer ainda mais a indústria de games e organizar suas estratégias de expansão, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e a Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Digitais (Abragames) lançaram o primeiro estudo sobre o setor.

O Relatório da Indústria Brasileira de Games 2022 foi contratado por meio do projeto Brazil Games, parceria da Abragames com a ApexBrasil, e realizado pela empresa Homo Ludens Inovação e Conhecimento. A pesquisa, que pode ser acessada aqui, mapeia de forma abrangente o estado do ecossistema de jogos digitais no Brasil nos anos de 2020 e 2021, com foco nas suas empresas e nas perspectivas para o seu desenvolvimento.

“É a primeira vez que se lança algo nesse sentido, um estudo que mapeie nosso mercado. A pesquisa foi desenvolvida com metodologia mista, utilizando as estratégias de mapeamento, questionário, entrevistas, dados de bases e referências bibliográficas. E nosso objetivo com isso é fortalecer ainda mais o setor, como fazemos desde 2014, com o projeto Brazil Games, com ações de promoção comercial internacional. Afinal, a pesquisa também é uma ação de expansão, na medida em que nos permite ter uma visão acurada das indústrias e de suas tendências de mercado”, explica a diretora de operações da Abragames e gerente do projeto Brazil Games, Eliana Russi.

Para esse objetivo, foi construída uma base de 2,2 mil contatos, sendo mapeados 1.009 estúdios que desenvolvem jogos digitais no Brasil. Segundo a pesquisa, entre 2014 e 2018, o número de desenvolvedoras cresceu 167% e, entre 2018 e 2022, estima-se que o crescimento tenha sido de 152%. Conforme o relatório, os estados que possuem a maior concentração de desenvolvedoras são: São Paulo, com mais de 200 empresas, Rio de Janeiro com 89, Rio Grande do Sul com 58, Santa Catarina com 52, Minas Gerais com 51 e Paraná com 49 empresas.

Tendências de mercado

O relatório aponta que os jogos são cada vez mais interativos, com forte tendência de crescimento de desenvolvimento de narrativas para o metaverso e para a criação de realidades virtuais. Além disso, devido ao desenvolvimento tecnológico cada vez mais aprimorado dessas realidades, também tem se utilizado as plataformas para interação social com outros elementos culturais, como shows, desfiles de moda e interação com marcas.

Dentro desse contexto, os estúdios brasileiros vêm se destacando.  Em 2019,  por exemplo, a empresa paulista ARVORE recebeu o prêmio de Melhor Experiência Imersiva no Festival de Cinema de Veneza, e o Primetime Emmy de inovação extraordinária pela Academia de Artes e Ciências Televisivas em 2020. Criada há 5 anos, como conta o Chefe de Tecnologia da empresa e presidente da Abragames, Rodrigo Terra, a ARVORE é um estúdio de games e narrativas para realidades estendidas.

“‘Realidade estendida' é um termo guarda-chuva que inclui realidade virtual, realidade aumentada e mista. Nós trabalhamos, portanto, com tecnologia imersiva, como projetos arquitetônicos digitais para reuniões em realidade virtual e jogos licenciados. Quando se fala sobre metaverso, que é uma das tendências apontadas pelo estudo da Abragames com a ApexBrasil, cabe destacar que também é um conceito que envolve muitas tecnologias e a da ARVORE é justamente o pilar da imersão”, explica.

Para o empresário, o metaverso ainda está se desenvolvendo, de modo que daqui a um tempo será a próxima fase da internet, com uma comunicação humanizada entre as pessoas no ambiente on-line. “Vai ser a próxima fase da comunicação on-line: tridimensional e com uma estrutura social própria”, diz Terra.

Geração de emprego

O crescimento relacionado ao número de pessoas nas desenvolvedoras também é notável. Em 2014, a média era de 8,5 trabalhadores por desenvolvedora -- esse número saltou para 11,1 em 2018 e, por fim, em 2022, são em média 14 pessoas por estúdio. Essa elevação reflete o aumento do volume e da complexidade da produção das desenvolvedoras. No total, estima-se que há cerca de 12.441 pessoas trabalhando em desenvolvedoras de jogos digitais brasileiras.

Cerca de 57% das empresas respondentes informaram que há diversidade da força de trabalho, com equipes compostas por pessoas pretas, indígenas, deficientes, neurodiversas, estrangeiras, refugiadas, pessoas trans e pessoas com mais de 50 anos. Os homens são os mais presentes dentro das desenvolvedoras como sócios e colaboradores, totalizando cerca de 68,7% dos respondentes. O número de mulheres na indústria vem crescendo gradualmente: em 2014, eram 15%; em 2018, 20%; e na pesquisa de 2022 representavam 29,8%.

Projeto Brazil Games

Atualmente, cerca de 140 empresas estão ligadas ao projeto setorial Brazil Games, que é executado desde 2014 através de convênio entre ApexBrasil e Abragames. A iniciativa conta com uma série de missões de internacionalização. O setor, incentivado pelo projeto, alcançou exportação recorde de US$ 53 milhões e faturou US$ 2,18 bilhões com o mercado de jogos eletrônicos em 2020.

“O mercado de games tem natureza exportadora em função do seu formato digital que facilita a distribuição. Hoje, os produtos e serviços de games do Brasil estão presentes em 95% dos países de todo o mundo e fomentamos isso viabilizando a participação de empresários brasileiros nos principais eventos internacionais, como a feira Game Developers Conference (GDC) em São Francisco, nos Estados Unidos, a Gamescom na Alemanha e o BIG Festival, que é o maior da América Latina e acontece em São Paulo, com incentivo do Brazil Games”, destaca o gestor do portfólio de programas e projetos de tecnologia, games e inovação da Gerência de Indústrias e Serviços da ApexBrasil, Eros Silva.

Abragames

A Abragames foi criada em 2004 por um grupo de empresas de desenvolvimento, como uma entidade sem fins lucrativos e com o objetivo de fortalecer a indústria nacional de desenvolvimento de jogos. Atualmente, promove ações de interlocução do ecossistema nacional e internacional, construindo um entendimento de todos os elementos da cadeia de valor, bem como a promoção de eventos e parcerias que tragam ao estado da arte o desenvolvimento da indústria de jogos no Brasil.

Tema: Promoção Comercial
Mercado: América do Sul — América do Norte — África — América Central e Caribe — Ásia (Exclusive Oriente Médio) — Europa — Oriente Médio — Oceania
Setor de Exportação: Economia Criativa
Setor de Investimento: Não se aplica
Setor de serviços:
Idioma de Publicação: Português

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