Singapura: conheça as oportunidades no porto de entrada para o Sudeste Asiático

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O atual ciclo do Programa Startup OutReach Brasil leva empresas brasileiras para o ecossistema singapurense, que pode dar acesso aos grandes mercados da Ásia

Mesmo com apenas metade da extensão da cidade de São Paulo, Singapura consegue se destacar no mapa-múndi. Importante centro logístico no Sudeste Asiático, localizado a menos de 7 horas de voo de mais de metade da população do planeta, o país desenvolveu a economia mais inovadora da Ásia, em quinto lugar no ranking global, segundo o Índice Global de Inovação.

Na busca pelas oportunidades que esse mercado sui-generis pode oferecer, 12 startups brasileiras selecionadas pelo Programa Startup OutReach Brasil realizam missão de internacionalização para Singapura. Ao longo da agenda desenvolvida pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) junto com diferentes instituições do governo, as empresas procuram investimentos e parceiros para negócios no mercado local, muitas delas com foco em expansão para o Sudeste da Ásia.

Apenas a Comunidade Econômica da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que abarca 10 países da região, representa uma economia combinada de US$ 3,3 trilhões, e uma população de 675 milhões de pessoas. Para acessar esse enorme mercado, muitas empresas estabelecem suas bases em Singapura, que tem se consolidado como polo de inovação na Ásia.

Despontar da inovação

Colônia inglesa que conquistou a independência há menos de 60 anos, Singapura ascendeu de forma meteórica nos rankings econômicos globais. Se em 1965 o PIB per capita do país estava em US$500, mesmo patamar do México ou da África do Sul, em 2022 chegou a US$ 82 mil, o sexto mais alto do mundo, acima dos Estados Unidos, conforme dados da autoridade financeira do país.

Um dos pilares desse sucesso é posição estratégica na principal rota de comércio do mundo, entre a Ásia e o Ocidente. Atualmente, cerca de 70% da economia global transita pelo Estreito de Singapura, que abriga o segundo porto mais movimentado do mundo, atrás apenas de Xangai. Com investimentos em infraestrutura e recursos humanos, a ilha apostou nessas conexões internacionais e no potencial de inovação para crescer.

O foco do governo foi no aperfeiçoamento do setor de serviços e comércio, fortalecendo a proteção a propriedade intelectual, facilitando os investimentos de capital de risco e as fusões e aquisições. Já nos anos 1970, um quarto das empresas de manufatura do país eram estrangeiras ou joint ventures. Hoje, conforme o Singapore Economic Development Board (EDB), mais de 7 mil multinacionais desenvolvem em Singapura centros de excelência para trabalhar inovações, como TikTok, Twitter e Zoom.

A alta concentração de grandes players globais cria um ecossistema de negócios dinâmico, com oportunidade para startups do mundo todo. Além disso, na medida em que mais empresas são bem-sucedidas, mais profissionais qualificados tendem a fundar suas próprias startups, contribuindo para um ciclo virtuoso de inovação e gerando um grande pool de talentos.

Porto de oportunidades

Para startups brasileiras do setor naval e de logística, a pequena ilha do Sudeste Asiático pode representar um caminho certeiro para a internacionalização. Com a expertise da cidade-estado em assuntos portuários e o alto grau de inovação do ecossistema, as soluções adotadas por Singapura têm potencial de serem replicadas em toda a região.

Não por coincidência, três das doze empresas presentes na missão do Startup OutReach atuam nesses setores: a NavalPort, plataforma inteligente de gerenciamento de hidrovias; a Bykonz, que concentra diversos dados de ativos marítimos em uma plataforma só; e a JettaCargo, que oferece um software de otimização de carregamento de contêineres e caminhões para otimizar sua logística.

Alexandre Santiago, CEO da NavalPort, explica que a solução criada pela startup para medir a velocidade de aproximação dos navios do porto tem o potencial de reduzir em 70% os custos de mensuração quando comparada com equipamentos convencionais. O produto já foi validado no Brasil, onde é utilizado pela Mineração Rio do Norte, no Pará, e pela Transpetro, em Pernambuco, e agora quer chegar aos portos asiáticos.

“A gente sabe que o porto de Singapura é um porto extremamente relevante. É uma vitrine de inovação para os outros portos. E graças a ApexBrasil, conseguimos uma reunião com representantes de um terminal de contêineres do Vietnã. O diretor do terminal ficou bastante surpreso com a tecnologia, disse que nunca viu uma solução como a nossa. Ele vai apresentar para a autoridade portuária do Vietnã, responsável pelo monitoramento do atracamento de navios”, celebra.

Diego Hörig, CEO da Jetta Cargo, software que calcula como maximizar a utilização de espaço de um caminhão ou contêiner, também está otimista com a expansão dos negócios. Atuante desde 2017, a empresa atende grandes empresas automotivas. “As principais marcas do setor são globais e começaram a nos convidar para apresentar nossas soluções para as plantas fora do Brasil. Como tem havido grande receptividade, decidimos antecipar nossa estratégia de internacionalização”, explica.

A missão em Singapura chamou a atenção da empresa, já que o país se caracteriza pelo grande fluxo logístico marítimo e o Sudeste Asiático apresenta alta produção automotiva. “Nos eventos aqui já encontramos possíveis parceiros comerciais, pessoas que têm acesso ao mercado local, tanto empresas tradicionais como startups que têm a mesma base de clientes. Já começamos conversas com ambos os perfis de parceiros. Nos próximos dias, estaremos na SWITCH [feira de tecnologia que está na agenda do Programa Startup OutReach] e também em uma feira de logística, onde esperamos encontrar mais potenciais parceiros”, complementa.

Dentre as oportunidades geradas pela agenda do Startup OutReach, as três empresas do setor realizaram reunião, liderada pelo Sebrae, com o Pier 71, um centro de inovação de Singapura especializado em soluções marítimas. Além de oferecer apoio para conectar as startups brasileiras com parceiros do ecossistema local, a aceleradora singapurense tem parceria com o Cubo Itaú, hub de startups no Brasil. Empresas dessa rede podem utilizar a infraestrutura do espaço do Pier 71 por até seis meses sem custo, para facilitar o softlanding em Singapura.

Startup OutReach Brasil

O Startup OutReach Brasil é um programa de internacionalização e apoio à inserção de startups brasileiras nos mais promissores ecossistemas de inovação do mundo. Realizado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Ministério das Relações Exteriores (MRE), Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec).

Criado em 2017, o programa já passou por Buenos Aires, Paris, Berlim, Miami, Lisboa, Santiago, Toronto, Boston, Xangai, Nova York, Bogotá-Medellín, Chicago, Madri-Barcelona e Singapura. Atendeu quase 300 startups e gerou mais de US$ 25 milhões em negócios.

Tema: Qualificação Empresarial — Expansão Internacional
Mercado: Ásia (Exclusive Oriente Médio)
Setor de Exportação: Não se aplica
Setor de Investimento: Outros
Setor de serviços:
Idioma de Publicação: Português

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