Webinar apresenta oportunidades para alimentos e bebidas brasileiros no Japão

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Em preparação para a Expo Osaka 2025, ApexBrasil e Pacific Resource Exchange Center (PREX) do Japão mostram a empresas brasileiras como explorar melhor o país asiático

A cidade japonesa de Osaka está se preparando para ser o centro das atenções mundiais em 2025, quando vai sediar a Expo 2025 Osaka, Exposição Universal que envolve a participação de diversos países em aspectos como arte, cultura, turismo e negócios. 

Em sua missão de facilitar e promover a identificação de oportunidades para empresas brasileiras no exterior e cumprindo seu mandato de Autoridade Nacional para a organização dos Pavilhões do Brasil nas Expos de Xangai (2010), Milão (2015), Dubai (2020) e Osaka (2025), a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) fez parceria com o Pacific Resource Exchange Center (PREX) e realizou, nos dias 7 e 8 de fevereiro, o webinar “Contagem regressiva para Osaka 2025”, recheado de informações para empresas brasileiras interessadas no mercado japonês.

O seminário teve participação do professor da Faculdade de Economia da Universidade de Kansai (região de Osaka), Dr. Kenta Goto; do Vice-Diretor da Organização de Comércio Exterior do Japão (JETRO), Sr. Masahiro Ishikawa; e de integrantes do setor de Inteligência de Mercado e de Exposições Universais e Projetos Especiais da ApexBrasil.  Além de ser responsável pela construção e operação do pavilhão brasileiro na Expo 2025 Osaka, a ApexBrasil também usará o evento como plataforma para promover produtos, empresas e serviços brasileiros, além de atrair investimentos para o país.

Com o tema “Criando a sociedade do futuro para nossas vidas”, a Expo Osaka vai acontecer entre os dias 13 de abril e 13 de outubro de 2025, com 184 dias ininterruptos de atividades. São esperados mais de 28 milhões de visitantes, de diferentes partes do mundo, o que pode representar uma grande vitrine para produtos e serviços do Brasil. As oportunidades para empresas brasileiras são diversas e incluem ativações de produtos, realização de eventos, construção de agendas de negócios e fornecimento para a loja e o restaurante do pavilhão brasileiro.

Raio-x

Terceira maior economia do mundo, o Japão foi o nono maior destino das exportações brasileiras em 2022. Nesse ano, o Brasil foi um importante fornecedor de commodities do mercado japonês (incluindo milho, café, soja, carnes de aves, minério de ferro e alumínio), com destaque para alimentos e bebidas, que constituíram três dos quatro principais produtos exportados. Já as importações brasileiras oriundas do Japão incluíram, sobretudo, itens manufaturados, com destaque para componentes automotivos e químicos. O país asiático foi nosso 9º maior fornecedor em 2022, com participação expressiva também nos investimentos estrangeiros diretos: em 2021, esse aporte chegava a US$ 22,8 bilhões, fazendo do país o 13º maior investidor no Brasil.

Ainda que expressivas, as relações comerciais entre Japão e Brasil têm potencial de se intensificar ainda mais. O país asiático tem uma população de cerca de 124 milhões de pessoas (pouco mais da metade da brasileira), com um mercado consumidor sofisticado, de alto poder aquisitivo e elevado padrão de vida – indicados pelo PIB per capita de cerca de R$ 35 mil dólares. Masahiro Ishikawa lembrou que a distância entre os dois países não é um empecilho para negócios: basta lembrar que o Brasil é o maior exportador de café para o país asiático. Além disso, os consumidores japoneses são abertos a novas tendências. “Mas é preciso estar atento à qualidade e à marca, deixando uma boa imagem para os compradores”, ponderou Ishikawa, que destacou também o alto grau de exigência dos consumidores, inclusive no quesito saúde. A lealdade a marcas locais e os padrões de consumo distintos dos ocidentais também demandam criatividade por parte do exportador. 

“O seminário foi uma excelente oportunidade para conversarmos sobre as oportunidades oferecidas pelo mercado japonês de alimentos e bebidas, especialmente no contexto da Foodex 2023 e da Expo 2025 Osaka. As participações do Prof. Goto e do Sr. Ishikawa foram excelentes, pois trouxeram perspectivas in loco do funcionamento desse setor no Japão, que são muito valiosas para os empresários,” afirma Mário Saade, da Coordenação de Inteligência de Mercado da ApexBrasil.

Alimentos e bebidas no Japão

O Japão tem uma área arável baixa em relação ao número de habitantes, o que implica na menor autossuficiência alimentar entre os países desenvolvidos. Assim, precisa importar para suprir a demanda por alimentos de uma população grande e cada vez mais envelhecida. Ao mesmo tempo, possui uma indústria alimentícia avançada, competitiva e de alto valor agregado. Dados da agência Fitch apontam que as despesas com alimentos e bebidas no Japão aumentaram desde 2020, com projeção de alta pelo menos até 2026. Empresas brasileiras do setor podem aproveitar essa janela de oportunidade, contribuindo, inclusive, para a diversificação da nossa pauta exportadora, atualmente concentrada em commodities agrícolas e minerais. “O mais importante é pensar como ser aceito pelo consumidor japonês”, pontuou Ishikawa, vice-diretor da JETRO. 

O Japão tem procedimentos rígidos para a importação de alimentos e bebidas. Alimentos de origem vegetal e animal (como carnes e embutidos no geral) passam por uma quarentena portuária antes de seguirem para a alfândega. De lá, normalmente vão para distribuidoras, depois para atacadistas e, por fim, para supermercados e afins. A venda direta ao varejo também é possível, embora menos comum. Além das normas, outros detalhes devem ser levados em conta. “É importante que as bebidas sejam funcionais, fáceis de abrir. Ser bom para a saúde às vezes é mais importante que apenas matar a sede”, exemplificou Ishikawa, que integra a Associação de Assessores em Negócios Internacionais (AIBA) do Japão. “O material da embalagem também importa, mais que o design em si: os compradores precisam estar seguros de que a origem é sustentável”, advertiu o professor Kenta Goto.  

Nichos de mercado como os de cacau e de amendoim foram mencionados no curso, já que o Japão possui o 4º maior mercado mundial de confeitaria, impulsionado pela venda de chocolates. Goto destacou os altos custos desse alimento e a exigência do paladar japonês. Para Ishikawa, preço, qualidade e sabor são fundamentais para agradar os consumidores de chocolate. “Vocês têm um grande potencial, até onde eu sei. Encontre um bom parceiro comercial e 'venda seu peixe’, com capacidade e transparência”, ensinou. Outra oportunidade identificada no curso são os pescados amazônicos. As diferentes versões do fish cake (bolinho de peixe) são bastante populares no Japão, preparadas com frutos do mar. Mas Goto acredita que há mercado para os peixes de água doce brasileiros, desde que as diretrizes de importação do Japão sejam seguidas.  Além disso, “a sustentabilidade é algo que sempre aparece quando o assunto é Amazônia”, lembrou Goto.

Preocupação com sustentabilidade

Goto chamou atenção para os desafios da sustentabilidade no setor de agronegócio, alimentos e bebidas: ao mesmo tempo que movimenta seis trilhões de dólares e contrata cerca 40% da força de trabalho no mundo, é a indústria mais poluente. “É responsável por 37% do total de emissões de gases do efeito estufa, um dos maiores inimigos do clima”, alertou. Para ele, a prática do desmatamento e o uso de maquinários movidos a combustíveis fósseis, por exemplo, demandam atenção urgente, já que os efeitos da mudança climática são sentidos sobretudo nos países em desenvolvimento.

Na era das novas cadeias globais de valor, o fato de a produção e o consumo estarem espalhados por diferentes países impõe novas preocupações. “O desafio é tentar posicionar-se. Que tipo de produto vendemos e como podemos nos posicionar melhor tendo em vista a cadeia de valor?”, refletiu Goto. No Japão, o governo criou um gabinete de desenvolvimento sustentável e um número cada vez maior de organizações têm buscado conectar seus negócios particulares a práticas de responsabilidade social corporativa, por exemplo. Apesar disso, ele avalia que o país ainda precisa avançar no que se refere à promoção da sustentabilidade na cadeia produtiva. O mercado dos orgânicos, por exemplo, está em desenvolvimento, e a demanda por esses produtos ainda é baixa se comparada à de outras nações. O selo Organic JAS (Japanese Agricultural Standards) é a principal referência para esses produtos.

Tema: Promoção Comercial — Expansão Internacional
Mercado: Ásia (Exclusive Oriente Médio)
Setor de Exportação: Alimentos, Bebidas e Agronegócios
Setor de Investimento: Outros
Setor de serviços: Não se aplica
Idioma de Publicação: Português

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