Em missão organizada pela ApexBrasil, 17 empresas brasileiras acessam mercado de Casa & Construção no Chile

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Com tarifa zero para importar produtos do Brasil, país vizinho é o quarto maior comprador de móveis brasileiros. Empresas brasileiras podem, desde janeiro de 2022, participar do setor de serviços e vender para o governo chileno

Um dos mercados mais abertos da América do Sul, o Chile foi o primeiro destino da Missão de Casa & Construção, organizada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). Em dois dias, segunda (26) e terça-feira (27), representantes de 17 empresas do setor participaram de seminários, painéis e visitas técnicas relacionadas ao segmento, além de rodadas de negócios com possíveis compradores chilenos.

“O Chile oferece inúmeras oportunidades para as empresas brasileiras de Casa & Construção, de diversos portes e vários segmentos como móveis, acessórios de madeira, metais, utilidades domésticas e itens domésticos. A relação comercial entre Brasil e Chile nesta área vem crescendo nos últimos anos. As exportações do item “outras madeiras compensadas”, por exemplo, cresceram 176% entre 2017 e 2021 e o país já é o quarto maior comprador de móveis brasileiros, além de ser o quinto maior parceiro comercial do Brasil”, comenta Clarissa Furtado, gerente de Competitividade da ApexBrasil, que integra a missão com o grupo.  

O ambiente de negócios no país e as oportunidades disponíveis para o setor foram detalhados pelo diplomata Samo Sérgio Gonçalves, chefe do Setor Econômico e Comercial da Embaixada do Brasil em Santiago, repartição designada para apoiar a relação comercial com o Chile e que participou da programação da Missão. Conforme Gonçalves, o estabelecimento de tarifa zero para produtos importados do Brasil, a boa renda per capita da população e a simplificação tributária foram alguns dos fatores que transformaram o Chile em um dos melhores compradores da América do Sul. A localização geográfica também é um atrativo.

"Embora seja um mercado relativamente pequeno, o Chile tem uma renda elevada. É o país com a renda mais elevada da América do Sul e o segundo da América Latina. É o mais próximo do que a gente pode considerar como economia desenvolvida na América Latina. A economia também é muito aberta, a tarifa média de importação é baixa e, no caso da relação Brasil e Chile é zero", explicou o diplomata da embaixada brasileira em Santiago. 

O modelo de economia adotado pelo Chile consiste em produzir internamente bens pontuais e importar grande parte do que sua população necessita. Por essa razão, transformou-se em um país superaberto. Para os produtos brasileiros, especialmente, ficou ainda mais atraente porque, além do acordo firmado com Mercosul, que estabelece tarifa zerada, empresas brasileiras podem, desde janeiro de 2022, participar do setor de serviços e vender para o governo chileno.

Como é uma economia aberta, o Chile também mantém acordos de comércio com o mundo todo -- brasileiros que instalam algum tipo de operação no território podem usufruir desse benefício, como explica Samo Sérgio Gonçalves: "Ao se instalarem aqui, as empresas têm acesso não só ao mercado chileno. O Chile tem 31 acordos de livre comércio no mundo inteiro. Portanto, tudo o que você exporta do Chile para a China, por exemplo, entra com tarifa zero, eles têm um acordo de livre comércio. Tudo o que você exporta para a União Europeia, qualquer país da União Europeia, tarifa zero. A mesma coisa Estados Unidos, Canadá, Japão… Então, quando as empresas brasileiras vêm e atendem o mercado doméstico via exportação e em um segundo momento, dependendo da circunstância, se instalam aqui, elas têm acesso não apenas ao mercado chileno e evidentemente a todos os sul-americanos, mas a todos os mercados que compõem essa rede de 31 acordos comerciais que o Chile tem."

Durante o seminário, que ocorreu na manhã de segunda-feira, a vice-presidente da Câmara de Comércio Chileno-Brasileño, Selma Nunez, deu dicas sobre como fazer negócios no país, ressaltando que o ambiente é transparente e que requer formalidade nos processos, é muito empreendedor e com um mercado extremamente competitivo. A diretora comercial da C&H Associados, Carolina Clerici, explicou aos empresários brasileiros aspectos legais e imprescindíveis para exportar para o Chile, assim como fez o consultor independente convidado, Claudio Venegas. O gerente-geral da Efenueve Logistics, Esteban Dufour, detalhou os aspectos logísticos e aduaneiros na hora de despachar mercadoria para o Chile, e o diretor comercial da Rebold, Francisco Führer, falou sobre estratégias de marketing e apresentou o mercado consumidor do Chile estratificado por faixa etária e perfil consumidor de cada grupo morador do país.

Os empresários brasileiros que estão na Missão tiraram dúvidas durante os painéis e, durante a tarde, visitaram grandes redes varejistas chilenas para pesquisa de preço e um centro de distribuição de produtos. A comitiva esteve presente na Easy Costanera, Jumbo Supermercado, Falabella, Sodimac Home Center e, por último, estiveram no distribuidor Logística Lerol.

Experiência e conhecimento

Fabricante de sofás, poltronas e estofados da cidade de Arapongas, no Paraná, a LuDiéri Decor participou dos painéis, visitas técnicas e rodadas de negócio no Chile de olho no próximo passo para a internacionalização da marca. O diretor da empresa, Armin Gellert, já havia participado do PEIEX, Programa de Qualificação para Exportação da ApexBrasil, e agora deseja, com a ajuda da Agência, acessar o mercado chileno. "Estamos buscando mais dados e informações sobre o que é necessário para conseguir a exportação. Já adaptamos os produtos com o auxílio da ApexBrasil e, agora, consideramos que temos produtos 'tipo exportação'. A qualidade tem de ser priorizada, estamos aprendendo ainda, mas estamos com grande esperança."

Assim como a LuDiéri, grande parte das empresas participantes da Missão participaram do Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX), destinado a empresas com pouca ou nenhuma experiência exportadora. Ao participar do programa, a empresa passa por diferentes processos de aprendizagem, prática e técnica que, ao fim, possibilitam que ela tenha mais planejamento e segurança para a negociação da venda internacional.

Luiza Mariani, representante da empresa Só Berços, de Santa Catarina, afirma que boa parte do faturamento é proveniente de exportações efetivadas por agentes terceirizados. A empresa participou do PEIEX e agora integra a Missão ao Chile porque deseja realizar as transações diretamente com compradores. A companhia já conseguiu efetuar vendas diretamente para o Uruguai e para o Reino Unido e, agora, tenta acessar o mercado chileno.

O mercado da madeira também está no radar dos empresários brasileiros. A MDV, que produz e vende portas em Santa Catarina, já exporta para oito países e quer incluir o Chile nesse rol. A ideia é tentar entender o mercado para negociar esse tipo de produto, mas também oferecer matéria-prima para outros bens desenvolvidos por empresas chilenas.

"Queremos conhecer o mercado para descobrir quais são os nichos que poderíamos atacar. Se há demanda para portas, se há demanda de madeira de alta qualidade para estrutura de sofás, de camas. Queremos saber como podemos aplicar a madeira, seja em estágio mais bruto ou mais acabado. Temos essa capacidade de ter produtos diversificados, resta saber qual a demanda, o preço, a competitividade...."

“Esta Missão oferece às empresas que passaram pelo PEIEX a oportunidade de fazer negócios e de entender, na prática, o processo de exportação para os mercados selecionados”, afirma Clarissa.

Na terça-feira, foi a vez dos empresários brasileiros sentarem à mesa com potenciais compradores chilenos de grandes empresas. Mais de 20 representantes chilenos estiveram no Hotel AC Costanera, em Santiago, para conhecer os produtos do setor de Casa & Construção oferecidos pelos brasileiros.

A Missão de Internacionalização continuará em Lima, no Peru, na quinta (29) e na sexta-feira (30). Por lá, eles ficarão sabendo mais detalhes sobre o ambiente de negócios e informações acerca da regulamentação a ser superada para acessar o mercado peruano.

ApexBrasil

A ApexBrasil atua para promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos, apoiando atualmente cerca de 15 mil empresas em 80 setores da economia brasileira. Também já atendeu mais de 1.300 investidores e mais de 118 projetos no valor de US$ 23 bilhões em investimentos anunciados no Brasil. A Agência faz parte do Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil, por meio do qual conta com mais de 120 escritórios no mundo, e trabalha em estreita colaboração com outros ministérios, órgãos reguladores e entidades de classe.

Tema: Promoção Comercial
Mercado: América do Sul
Setor de Exportação: Casa e Construção
Setor de Investimento: Não se aplica
Setor de serviços: Não se aplica
Idioma de Publicação: Português

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