A participação brasileira é fruto da parceria entre a ApexBrasil, o Consulado-Geral do Brasil em Santa Cruz de la Sierra e o Departamento de Promoção Comercial do Itamaraty. Evento ocorre na semana em que a agência lança Perfil País Bolívia, que destaca mais de 1300 oportunidades para empresas brasileiras
Entre os dias 22/9 e 1/10, acontecerá a Expocruz, em Santa Cruz de La Sierra, Bolívia. A feira multisetorial é reconhecida como uma das mais completas na América Latina e atrai, anualmente, um público de variados países e com diversos perfis, incluindo empresários, investidores e políticos. Nesta edição, após três anos sem participar da feira, o Brasil retorna com o apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), do Consulado-Geral do Brasil em Santa Cruz de la Sierra e do Departamento de Promoção Comercial do Itamaraty.
A participação brasileira acontecerá no Pavilhão do Brasil, que se destaca como o maior espaço da feira. No local, estarão presentes representantes de empresas brasileiras de pequeno e médio porte que querem se inserir no mercado boliviano e instituições ligadas ao comércio exterior. Além da perspectiva de exportação para a Bolívia, o evento possibilita a conexão com outros países que também visitarão o espaço.
Um ponto de destaque da presença do Brasil em ocasião da feira será o Fórum Empresarial Brasil-Bolívia 2023, que acontecerá no dia 26/9. Organizada pela ApexBrasil, pelo Consulado-Geral do Brasil em Santa Cruz de la Sierra e pela Câmara de Comércio Boliviana-Brasileira (CAMBOBRA), a programação abordará diversos temas acerca dos desafios, oportunidades e perspectivas da relação comercial entre o Brasil e Bolívia. Entre os convidados, estão: o embaixador do Brasil em La Paz, Luís Henrique Sobreira Lopes; o Cônsul Geral do Brasil em Santa Cruz, o embaixador Francisco Luz; o vice-governador de Santa Cruz de la Sierra, Mario Aguilera Cirbian; representantes dos governos estaduais de Mato Grosso e Rondônia; a diretora de Negócios da ApexBrasil, Ana Paula Repezza; a presidente da CAMBOBRA, Priscilla Castelli; e a a presidente do Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata), Luciana Botafogo.
A ida do Brasil à Expocruz também incluirá rodadas de negócios, organizadas pela Cámara de Industria, Comercio, Servicios y Turismo de Santa Cruz (CAINCO), e missão empresarial com a presença de empresas brasileiras de diversos setores. A presença do Brasil será uma grande oportunidade de fortalecer, ainda mais, a relação comercial com a Bolívia.
Perfil País Bolívia: mais de 1.300 oportunidades para produtos brasileiros
Estado associado do Mercosul, a Bolívia é importante polo de comercialização de bens minerais que são exportados para todo o mundo, como gás natural, prata e lítio. O Brasil é grande parceiro comercial do país: 15% do que é importado pela Bolívia é proveniente do nosso país, nos tornando o 2º maior fornecedor, atrás apenas da China. Desde 2014, o universo tarifário de Brasil e Bolívia já se encontra em regime de livre comércio, incluindo os produtos que hoje mais exportamos.
Em 2022, a corrente bilateral de comércio chegou a US$ 3,6 bilhões, o que representou aumento de 26% em relação ao ano anterior. A pauta exportadora do Brasil para a Bolívia é diversificada e com tendência de crescimento: entre 2003-2022 nossas exportações cresceram 6% em média anual. Os setores de destaque em crescimento foram Veículos automóveis de passageiros (27,6%), Máquinas agrícolas (21,1%) e Produtos comestíveis (15,6%). Com a proximidade geográfica, os modais mais utilizados nas exportações para a Bolívia são o Rodoviário (81,9%) e o Ferroviário (10,2%).
Quanto às importações, o item gás natural domina a pauta, representando 85% do total importado pelo Brasil. Apesar da dominância do gás natural nas importações, adubos e fertilizantes têm ganhado espaço. As importações de desses produtos com origem na Bolívia se iniciaram apenas em 2018, mas o crescimento no período 2018-2023 foi de 21,8% e tendem a aumentar em contexto de conflito na Ucrânia.
Oportunidades Comerciais: o estudo da ApexBrasil identificou 1396 oportunidades para empresas brasileiras, com destaque para os seguintes produtos:
- Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados US$ 2,3 bilhões em importação (Brasil: 5% de participação) 7 produtos (destaque: Óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos)
- Máquinas e equipamentos de transporte US$ 1,9 bilhão em importação (Brasil: 22,7% de participação) 375 produtos (destaques: Automóveis de passageiros e Veículos automóveis para transporte de mercadorias)
- Artigos manufaturados, classificados principalmente pelo material US$ 1,5 bilhão em importação total (Brasil: 32,9% de participação) 442 produtos (destaques: Pneus de borracha, Papel e cartão e Materiais de construção de argila e refratários)
- Produtos químicos e relacionados US$ 1,2 bilhão em importação total (Brasil: 19,8% de participação) 268 produtos (destaques: Inseticidas, rodenticidas, fungicidas, herbicidas)
- Outros US$ 1 bilhão em importação total (Brasil: 32% de participação) 304 produtos (destaques: Outros produtos comestíveis, Outros artigos de plástico, Calçados
Investimentos: na perspectiva dos investimentos greenfield mais recentes do Brasil na Bolívia, a Botica Comercial anunciou uma segunda loja da O Boticário em Santa Cruz de la Sierra em 2019, com um investimento de US$ 1,36 milhão, e a Dudalina S.A. anunciou duas lojas em La Paz e Santa Cruz de la Sierra em 2015, com investimentos estimados de US$ 2,68 milhões nessas duas unidades.
Segundo o Bacen, o estoque de IED do Brasil na Bolívia, pela ótica do investidor imediato, era de US$ 154,1 milhões em 2021, tendo crescido 16,6% desde 2012. No ranking do estoque total de IED brasileiro no mundo, a Bolívia estava em 53º lugar em 2021.
Para acessar o estudo na íntegra, clique aqui.
Foto: Divulgação ExpoCruz